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Polícia

Defesa de Nicolau dos Santos Neto entra com recurso contra prisão

26 mar 2013 - 12h47
(atualizado às 12h53)
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O ex-juiz Nicolau dos Santos Neto em foto de 2001, deixando sua casa para ir à prisão
O ex-juiz Nicolau dos Santos Neto em foto de 2001, deixando sua casa para ir à prisão
Foto: Mauro Magalhães / Futura Press

O advogado Francisco de Assis Pereira, que defende o ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP), Nicolau dos Santos Neto, deve entrar com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) até as 14h desta terça-feira, na tentativa de revogar a decisão que suspendeu a prisão domiciliar do juiz aposentado. Com a decisão, Nicolau está em uma carceragem da Polícia Federal (PF), para onde foi levado às 21h20 de ontem. Segundo a PF, na cela individual existe apenas um beliche, uma mesa e um banheiro. A suspensão da prisão domiciliar foi determinada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3).

Na avaliação de Assis Pereira, a transferência de seu cliente da prisão domiciliar para a carceragem da Polícia Federal foi arbitrária. De acordo com ele, só o fato de Nicolau dos Santos Neto estar com 84 anos de idade já lhe garante o direito de cumprir a pena em liberdade.

Além disso, o advogado argumentou que o crime já está prescrito, "porque até hoje não foi definitivamente comprovada" a culpa do juiz aposentado no desvio de quase R$ 170 milhões das obras do Fórum Trabalhista de São Paulo, na década de 1990.

"O doutor Nicolau não botou a mão nesse dinheiro", defendeu ele, complementando com uma pergunta. "Com que recurso, então, ficou pronto o prédio?", em referência ao edifício do fórum, localizado no bairro da Barra Funda, na zona oeste da cidade.

Outro argumento que deve ser usado na petição de soltura de seu cliente no STJ é que o juiz aposentado já cumpriu 13 anos de prisão domiciliar, mais de um sexto da pena. Esse tempo, segundo o advogado, garante o direito de o réu aguardar em casa o trâmite final dos processos.

Assis Pereira também criticou a decisão do TRF3 quanto à saúde do juiz aposentado, que foi considerada estável pela Justiça. "Existem laudos médicos atestando a precariedade(da saúde), que inclui 80% das carótidas entupidas. A volta à prisão pode agravar ainda mais", concluiu ele.

Agência Brasil Agência Brasil
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