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Polícia

Coronel acusado de cinco mortes no Carandiru morre em SP

Além de Ubiratan Guimarães, Luiz Nakaharada estava entre os oficiais denunciados. Ele aguardava o agendamento de seu julgamento para 2014

15 dez 2013 - 11h35
(atualizado às 15h40)
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O coronel da reserva Luiz Nakaharada, acusado por cinco das 78 mortes ocorridas no terceiro pavimento do Pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo, no episódio do Massacre do Carandiru, morreu na noite de ontem, em São Paulo, vítima de infarto. À época, ele era comandante do 3º Batalhão do Choque.

O julgamento de Nakaharada estava previsto para o próximo ano, após o julgamento dos policiais que atuaram no quarto e quinto pavimento do prédio, previstos, respectivamente para fevereiro e março de 2014.  No dia do massacre, ele comandou  a operação de varredura nas celas, com o uso de cães. Ele era acusado individualmente pela morte de cinco presos que se encontravam dentro de uma cela.

O enterrro está marcado para as 16h deste domingo, no Cemitério Gethsêmani, onde está sendo velado. A advogada do coronel, Ieda Ribeiro de Souza, afirmou que ele teve um infarto fulminante na noite de ontem, em sua residência.

Além de Ubiratan Guimarães - absolvido pela Justiça em 2006 -, Nakaharada foi um dos oficiais denunciados. Por conta de sua origem oriental, ele foi reconhecido por várias testemunhas como o policial que entrou na cela 339-E (do 3º pavimento) e matou, com metralhadora, os cinco presos que lá estavam.

Massacre do Carandiru
Em 2 de outubro de 1992, uma briga entre presos da Casa de Detenção de São Paulo - o Carandiru - deu início a um tumulto no Pavilhão 9, que culminou com a invasão da Polícia Militar e a morte de 111 detentos. Os policiais são acusados de disparar contra presos que estariam desarmados. A perícia constatou que vários deles receberam tiros pelas costas e na cabeça.

Entre as versões para o início da briga, está a disputa por um varal ou pelo controle de drogas no presídio por dois grupos rivais. Ex-funcionários da Casa de Detenção afirmam que a situação ficou incontrolável e por isso a presença da PM se tornou imprescindível.

A defesa afirma que os policiais militares foram hostilizados e que os presos estavam armados. Já os detentos garantem que atiraram todas as armas brancas pela janela das celas assim que perceberam a invasão. Do total de mortos, 102 presos foram baleados e outros nove morreram em decorrência de ferimentos provocados por armas brancas. De acordo com o relatório da Polícia Militar, 22 policiais ficaram feridos.

Fonte: Terra
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