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Polícia

Com pouca adesão, grevistas pedem libertação de presos no RJ

12 fev 2012 - 11h35
(atualizado às 12h37)
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Giuliander Carpes
Direto do Rio de Janeiro

Com poucos integrantes, bombeiros, policiais militares e alguns pouco policiais civis fizeram uma manifestação neste domingo em frente ao Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, pela libertação do cabo bombeiro Benevenuto Daciolo e outros 15 colegas que estão presos na penitenciária de segurança máxima de Bangu I. O protesto ocorreu depois que foram divulgados novos vídeos em que Daciolo incita a greve para atingir diretamente o governador Sérgio Cabral (PMDB).

"Já está provado que este não é um movimento político. Somos apartidários", garantiu Cristiane Daciolo, mulher do líder do movimento preso. "Mostraram um vídeo particular, de seis meses atrás. Mas em momento algum a corporação tomou alguma posição política. Queremos apenas que os bombeiros e policiais sejam tratados com dignidade."Menos de mil pessoas foram à orla para se juntar à manifestação, num indício de que o movimento grevista perde força. Houve gritos de "Fora Cabral" e alguns bombeiros andavam com adesivos pedindo a saída do governador, que foi acusado de impor uma ditadura no Estado. Funcionários da Rede Globo, que divulga sistematicamente gravações que incriminam Daciolo, foram hostilizados pelos manifestantes. Mais tarde, eles "expulsaram" a equipe da emissora do local, jogando água no carro da empresa.

A greve no Rio

Policiais civis, militares e bombeiros do Rio de Janeiro confirmaram, no dia 9 de fevereiro, que entrariam em greve. A opção pela paralisação foi ratificada em assembleia na Cinelândia, no Centro, que reuniu pelo menos 2 mil pessoas.

Dois dias depois, alegando falta de adesão, os policiais civis deixaram o movimento. A orientação do movimento era que apenas 30% dos policiais civis ficassem nas ruas durante a greve, mas o clima era de normalidade na maior parte do Estado.

Os militares foram orientados a permanecer junto a suas famílias nos quartéis e não sair para nenhuma ocorrência, o que deveria ficar a cargo do Exército e da Força Nacional, que já haviam definido preventivamente a cessão de 14,3 mil homens para atuarem no Rio em caso de greve.

Os bombeiros prometem uma espécie de operação padrão. Garantem que vão atender serviços essenciais à população, especialmente resgates que envolvam vidas em risco, além de incêndios e recolhimento de corpos. Os salva-vidas que trabalham nas praias devem trabalhar sem a farda, segundo o movimento grevista. Mas, segundo a corporação, apenas o grupamento da Barra da Tijuca aderiu à paralisação.

Policiais e bombeiros exigem piso salarial de R$ 3,5 mil. Atualmente, o salário base fica em torno de R$ 1,1 mil, fora as gratificações. O movimento grevista quer também a libertação do cabo bombeiro Benevenuto Daciolo, detido administrativamente na noite de quarta-feira e com prisão preventiva decretada, acusado de incitar atos violentos durante a greve de policiais na Bahia.

Fonte: Terra
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