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Polícia

Com greve da Polícia Civil, Exército ocupa delegacias no CE

6 jan 2012 - 11h35
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Omar Jacob
Direto de Fortaleza

Homens do Exército Brasileiro fazem a guarda e passaram a ocupar algumas delegacias em Fortaleza (CE), depois que a Polícia Civil decidiu entrar em greve na última quarta-feira, após duas rodadas de negociações frustradas entre grevistas e governo. Com o efetivo da Força Nacional e do Exército disponível no Ceará desde a greve da Polícia Militar, as tropas federais agora tentam manter a ordem nas delegacias.

De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis do Estado, cerca de 90% das unidades estão fechadas e, com isso, procedimentos de registro policial e investigação estão suspensos. A Divisão de Homicídios e Poteção à Pessoa, uma das únicas que continua a fazer registros mesmo depois do início da greve, recebeu um reforço de soldados do Exército, assim como a Delegacia da Criança e do Adolescente, que também recebeu segurança extra. "O Exército está ocupando as delegacias onde há presos, que são cerca de 56 unidades, e o Exército está incumbido de cuidar da segurança das delegacias", afirmou o coronel Medeiros Filho, chefe do departamento jurídico do Exército no Ceará.

Durante a madrugada, houve um princípio de tumulto na praça da Polícia, onde os agentes civis estão acampados. Um caminhão com soldados do Exército chegou ao local e surpreendeu os policiais civis, que se assustaram com a possibilidade de serem removidos à força do local.

Escrivães federais

Para tentar evitar um colapso no registro de ocorrências policiais no Ceará, o Estado deve receber 23 escrivães federais, cedidos pelo Ministério da Justiça. O objetivo, segundo o capitão Francisco Antônio Perez, da 10ª Região Militar, é retomar o atendimento à população nas delegacias enquanto durar a greve dos policiais civis.

Reivindicações

Os grevistas pedem, entre outras coisas, que o governo conceda um salário a escrivães e inspetores equivalente a 60% do que é pago hoje aos delegados, além de limitação da carga horária a 40 horas semanais e pagamento de horas extras. Eles também pedem a anistia aos agentes que participam do movimento grevista desde julho de 2011 e o ressarcimento dos valores descontados dos trabalhadores durante as paralisações.

Esta é a terceira vez que os policiais civis cearenses cruzam os braços em seis meses, com um total de 101 dias em greve desde julho de 2011.

Viaturas da corporação estão em poder dos policiais e bombeiros que aderiram à greve
Viaturas da corporação estão em poder dos policiais e bombeiros que aderiram à greve
Foto: Jarbas Oliveira / Futura Press
Fonte: Especial para Terra
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