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Polícia

Com greve da PM, agências bancárias fecham no interior da BA

6 fev 2012 - 15h58
(atualizado às 17h12)
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A greve de policiais militares da Bahia, que completou nesta segunda-feira seis dias, alterou a rotina no interior do Estado. Com o clima de insegurança, as agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil não abriram hoje em Luís Eduardo Magalhães, no extremo oeste.

Um boato de arrastão em Vitória da Conquista, no Centro Sul Baiano, fez o comércio fechar as portas por volta de 11h30. Escolas particulares e públicas também não abriram na cidade.

Em Feira de Santana, no Centro Norte Baiano, o clima era tenso nas ruas da cidade. Apesar de o comércio estar aberto, poucas pessoas circularam pelo município. O policiamento também era escasso. Militares do Exército e da Companhia Especializada do Litoral Norte (CAEL) da PM, que eram vistos pelas ruas na sexta-feira, não eram encontrados no centro do município, nas principais avenidas ou no Terminal de Transbordo. Eles apenas reforçavam o policiamento nas unidades de saúde.

Nesta manhã, circularam rumores na cidade de que o Exército iria invadir a antiga sede do 1º Batalhão da PM de Feira de Santana, onde os policiais em greve estão acampados. Mas até o fim da manhã os militares não foram vistos no local.

O efetivo da Força Nacional, que foi deslocado para dar segurança em Itabuna e Ilhéus, no sul, também não foi visto nas ruas das cidades nesta manhã. Mesmo assim, o comércio abriu. Não teve aula nas escolas estaduais.

Em Santo Antônio de Jesus, na região metropolitana de Salvador, o comércio funcionou nesta segunda-feira, mas com portas parcialmente fechadas. Foram vistos PMs circulando pela cidade a pé ou de viatura.

Os policiais militares de Juazeiro, no norte da Bahia, aderiram ao movimento grevista no domingo. Em Eunápolis e Barreiras, sul e oeste do Estado, respectivamente, a rotina não foi alterada pela greve da PM.

A greve

A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. O número de homicídios dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. A ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.

Em todo o Estado, eventos e shows foram cancelados. A volta às aulas de estudantes de escolas públicas e particulares, que estava marcada para 6 de fevereiro, foi prejudicada. Apenas os alunos da rede pública estadual iniciaram o ano letivo. As instituições particulares decidiram adiar o retorno dos estudantes.

Para reforçar a segurança, a Bahia solicitou o apoio do governo federal. Cerca de três mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. As tropas ocupam bairros da capital e monitoram portos e aeroportos.

Os PMs amotinados estão acampados no prédio da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), na avenida Paralela, em Salvador. O presidente da AL, deputado Marcelo Nilo (PSDB), solicitou apoio ao general da 6ª Região, Gonçalves Dias, comandante das forças de segurança que estão atuando na Bahia, para a retirada dos grevistas do edifício, que chegou a ser cercado por 600 homens do Exército e teve as luzes desligadas.

Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), que comanda o movimento, suspenda a greve. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos. Cerca de 40 homens do Comando de Operações Táticas, a tropa de elite da Polícia Federal (PF), foram destacados para cumprir as decisões judiciais.

A categoria reivindica a criação de um plano de carreira, pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.

Fonte: Agência A Tarde
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