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Polícia

Com greve, 30% do efetivo policial trabalha em Salvador

4 mar 2011 - 10h51
(atualizado às 14h43)
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Mesmo depois de a Justiça classificar como ilegal a greve da Polícia Civil da Bahia, iniciada na quinta-feira, o Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindipoc) mantém paralisação de delegacias em Salvador. As unidades funcionam somente com 30% do seu efetivo. Os trabalhos da polícia foram suspensos em protesto contra a morte de um colega durante uma investigação de suposta extorsão.

Na noite da quinta-feira, primeiro dia do Carnaval, as duas delegacias localizadas na região dos principais circuitos da festa, a 1ª CP, nos Barris, e a 14ª CP, na Barra, funcionaram precariamente. "É uma desordem total", reclamou a vendedora Juciara Sacramento, que foi à abertura da folia, no Centro Histórico de Salvador.

A decisão de cruzar os braços foi tomada em assembleia realizada na tarde da quinta-feira, no Cemitério Bosque da Paz, após o sepultamento do policial Valmir Borges. Pela manhã, a categoria já havia indicado a intenção de parar, o que levou o Estado a recorrer. Atendendo mandado de segurança da Procuradoria Geral, a Justiça considerou a greve ilegal e fixou multa de R$ 100 mil por dia parado ao Sindpoc.

O secretário de Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa ficou irritado com a decisão dos policiais: "É um movimento que aproveita o Carnaval para fazer apologia a um ato delituoso", acusou ele, que acrescentou: "Foi um ato criminoso praticado por pseudopoliciais, e isto nós não vamos tolerar".

Na orla marítima de Salvador, fora dos circuitos do Carnaval, a paralisação é parcial: na 7ª CP (Rio Vermelho) e 12ª CP (Itapuã) há adesão; na 16ª CP (Pituba) e 9ª CP (Boca do Rio) havia agentes mobilizados, mas o atendimento foi normal durante a noite de quinta-feira e no início da manhã desta sexta-feira.

Morte de policial provoca greve

O investigador Valmir Borges morreu baleado durante uma abordagem de agentes da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE). Na ocasião, os policiais atendiam à denúncia de que Valmir, o policial Antônio Dante Ferreira e um informante da polícia estariam extorquindo um rapaz de 18 anos, flagrado por eles com sete tubos de lança-perfumes e quantidade não informada de maconha.

A alegação do Sindpoc, que motiva os protestos - incluindo paralisação e pedido de afastamento da cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP) - é de que Valmir teria sido executado.

Policiais que foram ao sepultamento do colega criticaram a abordagem. "Se ele estivesse cometendo ato ilícito, tinham que prendê-lo, e não matá-lo com seis tiros nas costas. Foi execução", disse o investigador Luiz Ferreira, da 9ª CP.

O Ministério Público pediu a prisão preventiva do policial Antônio Dante. Ele e o suposto informante fugiram após a chegada dos agentes.

Fonte: Agência A Tarde
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