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Polícia

Com 5 mulheres e 2 homens, júri de Farah é escolhido em SP

12 mai 2014 - 12h47
(atualizado em 13/5/2014 às 08h08)
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Cirurgião é julgado pela morte da amante em 2003
Cirurgião é julgado pela morte da amante em 2003
Foto: Agência Estado

O julgamento do ex-cirurgião plástico Farah Jorge Farah, acusado de matar e esquartejar a amante em 2003, na zona norte de São Paulo, começou por volta das 12h30 desta segunda-feira, no Fórum Criminal da Barra Funda. O júri é composto por dois homens e cinco mulheres e a previsão de duração é de quatro dias. O julgamento pela morte de Maria do Carmo Alves ocorre após ter sido adiado por cinco vezes e conta com a presença do réu de 64 anos.

Ao todo, 16 testemunhas foram convocadas para o julgando, sendo oito da acusação e oito da defesa. De acordo com o juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo a ideia é ouvir todas as testemunhas de acusação ainda hoje.

O advogado de defesa de Farah, Odel Antum, afirmou que irá insistir na tese de que seu cliente agiu em legítima defesa ao matar Maria do Carmo. “Acredito plenamente nele, mas o problema é o que os jurados vão entender. O réu narra que ele chegou ao consultório e a Maria do Carmo o surpreendeu e, então,  ele acabou de desvencilhando dela com uma faca e a matou, mas vamos ver como isso vai ser apresentado ao júri. Temos quatro dias para mostrar nossas provas”, disse a defesa do ex-cirurgião.

André Luiz Bogado Cunha, promotor de Justiça, afirmou que a estratégia é mostrar aos jurados os laudos médicos e avaliações psicológicas que de que o réu planejou tudo. “Ele atraiu a paciente para seu consultório dizendo que ia fazer uma lipoaspiração. Não foi um acesso de raiva. Ele sabia muito bem o que estava fazendo e planejou todas as ações”, explicou a acusação.

Condenado em 2008 a 13 anos de prisão, Farah será julgado novamente depois que o Tribunal de Justiça de São Paulo acatou pedido de sua defesa, em janeiro do ano passado, alegando que laudos oficiais que atestavam o estado semi-imputável do réu na época do crime foram ignorados pelos jurados. De acordo com a tese da defesa, no momento do crime o cirurgião não tinha compreensão total de sua conduta. 

Réu confesso do crime, o cirurgião não nega ter assassinado Maria. Sua defesa, porém, diz que, em março de 2002, a vítima ligou 3.708 vezes para o cirurgião, o que o teria efeito agir sob pressão. A defesa de Farah disse também que a mulher o ameaçava e, no dia do crime, o teria atacado com uma faca. 

A defesa sustentou que Farah não premeditou o crime e que ele foi perseguido durante cinco anos pela vítima. Durante o julgamento, o acusado disse que se lembra apenas de uma luta corporal com a vítima. Após a briga, Maria do Carmo teria sido esfaqueada no pescoço e, com o ferimento, morrido dentro do próprio consultório. Farah então teria deixado o local, ido para o seu apartamento, e voltado quatro horas depois.

Utilizando os seus conhecimentos de médico e instrumentos cirúrgicos do próprio consultório, ele teria dissecado o corpo da mulher, retirando o sangue e seus órgãos vitais. Em seguida, teria cortado o corpo de Maria do Carmo em nove pedaços. Os relatos mostram também que ele retirou a pele das pontas dos dedos da mulher e destruiu as partes que pudessem levar a uma identificação.

A mulher foi morta e esquartejada no consultório do ex-cirurgião em Santana, na zona norte de São Paulo. O crime ocorreu em 24 de janeiro de 2003, mas partes do corpo de Maria do Carmo só foram achadas pela polícia três dias depois.

Farah ficou preso por quatro anos até que, em maio de 2007, a Justiça o autorizou a esperar pelo julgamento em liberdade. Desde 2006, o cirurgião está proibido pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) de exercer a profissão. 

Fonte: Terra
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