Advogados de Bola e Bruno trocam tapas em tribunal
19 nov2012 - 16h23
(atualizado às 16h29)
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Os advogados Ércio Quaresma, defensor do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e Rui Pimenta, advogado do ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes de Souza, trocaram tapas no início julgamento do atleta e de outros quatro réus pela morte de Eliza Samudio, nesta segunda-feira, no Fórum de Contagem, em Minas Gerais.
Tapa inicia bate boca entre advogados do caso Bruno:
Quaresma disse que Pimenta tirou seus pertences da mesa reservada por ele e deu um tapa no peito do colega, que revidou com outro no braço. "Não me põe a mão", disse Pimenta ao dar o tapa no braço de Quaresma.
A juíza Marixa Fabiane disse que cedeu o lugar para Pimenta após ele pedir e alegar que a mesa estava vaga. Após a juíza dar cinco minutos para a questão ser resolvida, os defensores ocuparam a mesma mesa no plenário.
O caso Bruno
Eliza desapareceu no dia 4 de junho de 2010 quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano anterior, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.
No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, então com 4 meses, estava lá. A então mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.
Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.
No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.
No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação de uma namorada do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.
No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por cárcere privado. Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola serão levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson também irão a júri popular, mas por sequestro e cárcere privado. Além disso, a juíza decidiu pela revogação da prisão preventiva dos quatro. Flávio, que já havia sido libertado após ser excluído do pedido de MP para levar os réus a júri popular, foi absolvido. Além disso, nenhum deles responderá pelo crime de corrupção de menores.
O julgamento está previsto para começar às 9h, em Contagem
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
André Luiz dos Santos, de Viçosa (MG), protestou contra a impunidade na porta do fórum onde ocorrerá o julgamento do ex-goleiro e outros quatro réus pela morte da ex-amante do atleta, Eliza Samudio, desaparecida desde junho de 2010
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Nas primeiras horas da manhã, veículos da imprensa já estavam em frente ao fórum onde o ex-goleiro Bruno será julgado
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Noiva do ex-goleiro Bruno Fernandes, Ingrid Calheiros chegou, por volta das 8h ao Tribunal do Júri do Fórum de Contagem
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Também chegou por volta das 8h o Esquadrão Antibomba da Polícia Militar, para fazer uma varredura no Fórum
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
A segurança do Fórum recebeu grande reforço por causa do julgamento
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Populares aguardavam do lado de fora do julgamento
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Não havia relato de tumultos do lado de fora do prédio
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Policiamento reforçado aguardava a chegada dos réus e testemunhas
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
O advogado Frederico Franco falou com jornalistas; ele defende Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio de Bruno
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Por volta das 8h30, chegou ao Fórum Dayanne Rodrigues Souza, ex-mulher de Bruno, e acusada de sequestro e cárcere privado do filho de Eliza
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Elenílson Vítor Silva, que chegou pouco antes das 9h, é acusado de sequestro e cárcere privado do filho de Eliza
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
A família do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apareceu do lado de fora do Fórum para demonstrar apoio
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Comerciantes do bairro também apoiaram Bola; ele é acusado de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
As viaturas com os réus chegaram por volta das 9h
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
No início do julgamento de Bruno, um grupo da União Brasileira de Mulheres protestava na porta do Fórum contra a violência de que as mulheres são vítimas. "Este é um protesto contra o grande números de casos de violência e mulheres como vítimas. Esperamos um julgamento responsável. Queremos também que o julgamento tenha o título "Caso Samúdio", porque ela é a vítima", disse Juliana Diniz organizadora do movimento
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
O advogado José Arteiro Cavalcante Lima é assistente de acusação do promotor de Justiça potiguar Henry Wagner Vasconcelos Castro, e representa a mãe de Eliza, Sônia de Fátima Moura
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
Rui Caldas Pimenta, defensor de Bruno, chegou ao Fórum pouco antes das 10h
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
Movimentação na sala de audiência antes do início do julgamento do caso Bruno, no Fórum de Contagem
Foto: Pedro Vilela / Futura Press
A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues e o promotor Henry Wagner, na sala de audiência
Foto: Pedro Vilela / Futura Press
Um muro em frente ao Fórum de Contagem amanheceu pichado com a frase: "Bruno, me diga com quem tu andas que te direi quem tu és"
Foto: Pedro Vilela / Futura Press
A noiva do ex-goleiro Bruno, Ingrid Oliveira durante o julgamento no Fórum de Contagem
Foto: Eugenio Moraes/Hoje em Dia / Futura Press
A ex-mulher do goleiro, Dayanne Souza, chegando para o 1° dia de julgamento
Foto: João Miranda/O Tempo / Futura Press
Ércio Quaresma, advogado do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, abandonou o júri, o que levou ao desmembramento do caso; Bola terá 10 dias para contratar nova defesa
Foto: João Miranda/O Tempo / Futura Press
O goleiro Bruno Fernandes de Souza conversa com sua equipe de defesa durante o julgamento
Foto: Vagner Antonio/TJMG / Divulgação
No banco dos réus, o ex-goleiro e sua ex-mulher Dayanne do Carmo
Foto: Vagner Antonio/TJMG / Divulgação
Foto: / Terra
Noiva do goleiro Bruno, Ingrid Calheiros, chega ao fórum
Foto: Ney Rubens / Terra
Ao chegar ao fórum, o assistente de acusação, José Arteiro, disse: "Eliza não era cachorro, não era nada, era uma mulher como qualquer outra. Se ela ficava com três ou quatro isso é problema dela. Tinha gente que gostava (Bruno), agora tem que pagar"
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, mulher do goleiro na época no crime, é acusada de sequestro e cárcere privado. Ela chegou ao fórum por volta das 8h40
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Ao chegar, o promotor Henry Vasconcelos falou com a imprensa. Ontem, ele avaliou o primeiro dia como positivo
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
No tribunal, Bruno se sentou ao lado de sua ex-mulher Dayanne
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Macarrão ficou sentado logo atrás da ex-mulher de Bruno, também ré no processo
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Os três réus acompanharam atentamente a sessão
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Ao chegar, o advogado Rui Pimenta deu entrevistas. No entanto, no início da sessão, Bruno destitui o defensor. O atleta pediu um prazo para arrumar outro advogado
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Abordada pela imprensa na chegada, Dayanne não quis falar. Ela conseguiu o direito de ter seu caso desmembrado do processo e deve ser julgado só em 2013
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
O ex-goleiro do Flamengo calçava chinelos e vestia o uniforme do presídio Nelson Hungria
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Cerca de 300 integrantes do MST protestaram em frente ao Fórum de Contagem, engrossando a confusão de pessoas que acontecia no local
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
Salim Pereira fez um protesto solitário em frente ao Fórum de COntagem: "Não sou de fazer justiça com as próprias mãos, mas se for necessário eu faço, estou aqui"
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
Bruno, Macarrão e Dayanne acompanham a audiência em Contagem
Foto: Vagner Antônio/TJMG / Divulgação
Dayanne, ex-mulher do goleiro, chora durante o julgamento
Foto: Vagner Antônio/TJMG / Divulgação
O novo defensor do ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes de Souza, Tiago Lenoir Moreira, trabalhará no caso do ex-atleta junto com Francisco Simim
Foto: Alex de Jesus/O Tempo / Futura Press
Foto: Arte / Terra
Diferente do segundo dia de julgamento, na quarta-feira, Bruno evitou mostrar o rosto para os fotógrafos
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
Nos lugares fixados no tribunal, Bruno e Macarrão sentam próximos um ao outro
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
Para evitar os fotógrafos, Bruno chegou a virar o rosto para a parede
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
O novo advogado de Bruno, Lúcio Adolfo da Silva, falou com a imprensa
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Mesa do púlpito ficou repleta de pilhas com documentos do processo
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
Usando nariz de palhaço, mulheres protestaram em frente ao fórum
Foto: Ney Ruben / Especial para Terra
Após ter seu processo desmembrado Bruno voltou para a penitenciária
Foto: Ney Ruben / Especial para Terra
Juíza Marixa Fabiane remarcou a data do julgamento de Bruno, Bola, Dayanne. Macarrão continuará a ser julgado
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
Momento em que o goleiro deixou o fórum em Contagem
Foto: Maurício de Souza / Futura Press
Advogados reunidos com a juíza antes da decisão
Foto: Maurício de Souza / Futura Press
Macarrão, durante audiência que desmembrou o processo
Foto: Maurício de Souza / Futura Press
O muro de uma escola ao lado do fórum onde ocorre o julgamento de Bruno foi pichado com a frase "Bruno acreditamos na sua inocência"
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Foto: Terra
O promotor concedeu coletiva de imprensa na madrugada desta quinta-feira
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Sonia falou com a imprensa ao deixar o local. Durante a sessão do julgamento, ela se emocionou e chorou
Foto: Pedro Vilela / Futura Press
Mãe de Eliza Samudio, Sonia Moura, é vista deixando o Fórum de Contagem (MG), na madrugada de quinta-feira
Foto: Pedro Vilela / Futura Press
Um boato de que o goleiro Bruno teria se suicidado na penitenciária Nelson Hungria provocou correria e tumulto na porta do Fórum de Contagem
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Jornalistas cercam o advogado de Bruno, Lúcio Adolfo, que confirma que confirmou que o goleiro está bem
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Foto: Arte / Terra
Ao chegar hoje pela manhã, o assistente de acusação, José Arteiro, falou com a imprensa. "O Macarrão foi muito homem. Ele vai pegar uma pena menor"
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
Um dos assistentes de acusação, Cidnei Karpinski não quis falar com jornalistas ao chegar ao fórum
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
Sônia de Fátima, mãe de Eliza, esteve presente na sessão. Durante a fala do promotor, ela chorou muito
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
Juíza Marixa Fabiane e o promotor Henry Vasconcelos acertaram início dos trabalhos
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
Luiz Henrique Romão, o Macarrão, conversou com o seu advogado durante o 5° dia de julgamento