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Polícia

Veja quem é quem no Caso Bruno

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O desaparecimento da estudante paranaense Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes de Souza, mobilizou as polícias de Minas Gerais e do Rio de Janeiro no final de junho. Buscas foram realizadas em diversos pontos da região metropolitana de Belo Horizonte (MG), para onde ela teria sido levada quando sumiu, em 4 de junho. O principal suspeito do desaparecimento e possível morte é o goleiro afastado do Flamengo, que está preso desde o dia 7 de julho. Ele teria arquitetado o crime, com a participação de mais oito pessoas, por não querer assumir a paternidade da criança que Eliza teve e que alegava ser dele. Veja quem é quem no Caso Bruno:

Eliza Samudio

A estudante paranaense está desaparecida desde o dia 4 de junho. Ela teve um caso com o goleiro Bruno Souza em 2009. Ainda no ano passado, procurou a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno. No início de junho, a estudante e o filho estiveram no sítio de Bruno em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Segundo as investigações, Eliza teria sido levada do Rio para Minas, mantida em cárcere privado no local e assassinada, no dia 10 de junho.

Bruno Fernandes de Souza

O goleiro afastado do Flamengo é o principal suspeito da morte de Eliza Samudio. O jogador teve um relacionamento com a estudante ¿ que disse ter conhecido em uma orgia - no ano passado e seria pai do filho da jovem. Eliza tentava obter na Justiça o reconhecimento de paternidade e pensão alimentícia do jogador. Em outubro de 2009, foi acusado pela jovem de tê-la agredido e forçado-a a tomar remédios abortivos. No dia 7 de julho, teve a prisão temporária decretada pela Justiça de Contagem (MG). No dia seguinte, foi transferido para a penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem. Foi denunciado por homicídio, sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores. Em audiência do caso, Bruno afirmou ter visto Eliza pela última vez em 10 de junho, quando ela foi embora do sítio de táxi, segundo ele. No início de dezembro, o goleiro foi condenado pela 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, no Rio, a quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal, referentes ao sequestro e agressão de Eliza em 2009.

Dayanne Rodrigues do Carmo de Souza

Mulher de Bruno, Dayanne foi a primeira pessoa a ser presa no caso, no dia 7 de julho, acusada de esconder o filho de Eliza durante buscas da polícia no sítio do jogador. Em depoimento, ela afirmou que havia se separado de Bruno no ano passado e que o filho de Eliza era fruto de um relacionamento de Bruno e a estudante durante o período em que o casal estava afastado. Mãe de dois filhos com o goleiro, ela responde na Justiça pelos crimes de homicídio, sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores.

Luiz Henrique Romão, o Macarrão

Amigo e funcionário de Bruno, é considerado seu braço direito. Pouco antes do sumiço de Eliza Samudio, ele tatuou nas costas a devoção ao goleiro com a frase ¿'Bruno e Maka - a amizade, nem mesmo a força do tempo irá destruir; amor verdadeiro¿. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, Macarrão participou, ao lado de um primo adolescente de Bruno, do transporte da jovem do Rio de Janeiro ao sítio do jogador em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ainda de acordo com a polícia, Macarrão levou Eliza do sítio até a casa do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano (MG), onde teria sido assassinada. Além de ser acusado de participar do assassinato, Macarrão foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro pelo sequestro da jovem, em outubro do ano passado. Ele foi preso com Bruno no dia 7 de julho. No dia seguinte, foi transferido para a penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG). Responde na Justiça por homicídio, sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores. Em dezembro, foi condenado junto com Bruno pelo episódio do sequestro em 2009. Macarrão pegou três anos de reclusão por cárcere privado.

"J."

O adolescente J., 17 anos, é primo de Bruno e principal testemunha do caso. Foi apreendido no dia 6 de julho, depois que a polícia recebeu uma denúncia de um tio do menor para uma rádio, dizendo que ele estava escondido na casa do jogador no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro. Em depoimento, o adolescente disse que Eliza foi assassinada de forma cruel. Segundo o menor, ele e Macarrão foram até o Rio de Janeiro buscar Eliza e o filho para levá-los ao sítio do jogador em Esmeraldas (MG). No caminho, segundo o adolescente, ele deu três coronhadas na jovem, dentro do carro de Bruno, dando origem a manchas de sangue encontradas no veículo. Ainda segundo o adolescente, Eliza teria sido levada no dia 10 de junho à casa do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano (MG), onde teria sido assassinada. O menor teria visto Bola levar um saco para o canil, onde havia quatro rottweilers, e contou que viu o homem retirar a mão da Eliza do saco e a jogar aos cães. Embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, o adolescente foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

Elenílson Vítor da Silva

Caseiro do sítio de Bruno e primo de criação de Macarrão. Elenílson afirmou em depoimento à polícia que levou comida para Eliza Samudio e o filho dela durante o suposto cativeiro no sítio do goleiro Bruno. Foi preso no dia 9 de julho em Igarapé, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Foi denunciado por homicídio, sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores.

Sérgio Rosa Sales, o Camelo

Primo do Bruno, Sales também foi preso no dia 7 de julho. Ele afirmou, em depoimento, que viu Eliza e o filho dela no sítio de Bruno, e que ela apresentava ferimentos. Segundo a polícia, Sales permaneceu no sítio na noite de 10 de junho, quando Eliza foi levada para a casa de Bola, em Vespasiano, onde teria sido morta. Segundo Sales, deixaram o sítio o primo adolescente de Bruno, Macarrão, Eliza, o filho dela e o jogador. Ainda de acordo com ele, o grupo disse que levaria Eliza para ver um apartamento em Belo Horizonte, que seria entregue para ela morar com o bebê. Na volta, quando perguntou onde estavam a mulher e a criança, o menor teria dito "essa aí já era" e Bruno teria completado: "esse tormento acabou". Foi denunciado por homicídio, sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores. No entanto, à Justiça, Sérgio afirmou que foi torturado no sítio pelo delegado Júlio Wilke e que, por isso, inventou as informações sobre Eliza.

Marcos Aparecido dos Santos, o Bola

Ex-policial civil, é conhecido pelos apelidos Bola, Neném e Paulista. De acordo com as investigações, dava curso de adestramento de cães e sobrevivência. Segundo a polícia de Minas Gerais, Bola matou Eliza por estrangulamento e teria escondido o corpo da jovem em sua casa, no município de Vespasiano (MG). Segundo o depoimento do primo adolescente de Bruno, Bola amarrou e deu uma gravata em Eliza, que morreu por asfixia. Em seguida, o ex-policial teria esquartejado o corpo. O menor afirma ter visto Bola arremessar pedaços do corpo da estudante para alimentar seus cães da raça rottweiler. Na noite do crime, segundo a polícia, Eliza teria dito ao ex-policial que "não aguentava mais apanhar". Em resposta, Bola teria dito à jovem que ela não iria mais apanhar, mas iria morrer. Foi indiciado por homicídio qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver. A polícia também investiga sua participação em outros assassinatos.

Flávio Araújo, o Flavinho

Perueiro e motorista de Bruno, foi preso no dia 9 de julho em Igarapé (MG), junto com Elenílson e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha. Segundo a polícia, teria ajudado a mulher do jogador, Dayanne de Souza, a levar o filho de Eliza Samudio a Ribeirão das Neves (MG), depois que a polícia recebeu denúncia do desaparecimento da jovem. Flavinho teria participado ainda de uma tentativa de despistar testemunhas, para que Bruno e Eliza não fossem vistos juntos no sítio do jogador. Foi denunciado por homicídio, sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores. Após mais de quatro meses preso, foi solto em 27 de novembro, ao ter prisão revogada pela Justiça. Ele foi excluído do pedido para que os réus fossem levados a júri popular, feito pelo Ministério Público dias antes, mas continuou parte do processo que corre na Justiça mineira.

Wemerson Marques de Souza, o Coxinha

Teria acompanhado Flavinho quando a mulher de Bruno, Dayanne de Souza, entregou o bebê para ser escondido em Ribeirão das Neves (MG). Também foi preso no dia 9 de julho. Foi denunciado por homicídio, sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores.

Fernanda Gomes de Castro
Amante de Bruno, foi presa em 5 de agosto na casa dos pais de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, em Ribeirão das Neves (MG). De acordo com as investigações, foi ela quem cuidou do filho de Eliza por dois dias na casa do jogador, no Recreio dos Bandeirantes, no Rio, para onde a jovem teria sido levada antes de seguir para o sítio do goleiro, em Minas Gerais. Mãe de um menino de 13 anos, ela teria mantido um relacionamento de quatro meses com o goleiro após se conheceram no bar Rock Bola, em Santa Cruz. Depois da prisão, Fernanda chegou a passar mal na Penitenciária Feminina Estevão Pinto e foi levada para um hospital com sangramento. No entanto, exames médicos afastaram a possibilidade de que ela estivesse grávida de Bruno. Foi denunciada por homicídio, sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores.

Ércio Quaresma
Foi advogado o goleiro Bruno durante a maior parte do processo. No final de novembro, foi suspenso preventivamente por 90 dias pelo Tribunal de Ética Disciplinar da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG). Os motivos da suspensão não foram revelados pelo Tribunal. Semanas antes, Quaresma foi flagrado em um vídeo no qual fumava crack. Em entrevista do jornal O Dia, ele afirmou ser dependente da droga havia sete anos, mas que nunca entrou em um plenário "doidão". O advogado ganhou destaque na imprensa por suas frases de efeito, por dormir e roncar durante as audiências do caso e por supostas ameaças feitas a familiares do atleta para que ele não trocasse de defensor.

Ingrid Calheiros de Oliveira

Noiva do goleiro Bruno, a dentista Ingrid Calheiros Oliveira, chegou a ser ouvida pela polícia carioca para prestar esclarecimentos sobre o sumiço de Eliza Samudio, mas nunca foi envolvida no caso. Em depoimento, ela teria confirmado o relacionamento de dois anos com Bruno e que a amante do goleiro, Fernanda Gomes Castro, lhe foi apresentada como uma das namoradas do melhor amigo do jogador, Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Bruno teria dito a ela que iria a Minas Gerais visitar as filhas entre os dias 5 e 10 de junho. Após a prisão do goleiro, ela deixou de usar a aliança de noivado na mão direita. No entanto, fez uma visita íntima ao goleiro na penitenciária Nelson Hungria (MG). No decorrer do processo, Ingrid apresentou gravações nas quais seria ameaçada pelo ex-advogado de Bruno, Ércio Quaresma, para evitar que fosse substituído como defensor do atleta..

Claudio Dalledone Junior

Assumiu a defesa de Bruno após o afastamento de Ércio Quaresma.

Luiz Carlos Samudio
O pai de Eliza Samudio vive em Foz do Iguaçu (PR). No dia 5 de julho, ele buscou o neto em Minas Gerais depois de ele ter sido encontrado pela polícia, durante as investigações do sumiço da estudante, com uma jovem em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte. No dia seguinte, Luiz Carlos obteve a guarda provisória da criança. No entanto, quatro dias depois, a mãe de Eliza, Sônia Moura, conseguiu autorização para ficar com o menino após a Justiça constatar que Luiz Carlos responde na Justiça por abuso contra uma criança de 10 anos.

Sônia de Fátima Moura
A mãe de Eliza viveu com a filha em Foz do Iguaçu por cerca de um ano. Após se separar de Luiz Carlos Samudio, pai da estudante, ela ficou por mais dois anos no Paraná e teria ajudado a criar a menina. Mas, depois, se mudou para Mato Grosso do Sul, onde mora em um sítio em Anhanduí, a 30 km de Campo Grande. Eliza voltou a viver com a mãe em 1999, em Campo Grande, quando tinha 14 anos. No entanto, um ano depois, a menina retornou para Foz de Iguaçu e passou a viver com o pai novamente. Apesar do pouco contato com a filha, Sônia conseguiu na Justiça a guarda do neto, o bebê que Eliza alegava ser de Bruno. No entanto, ela disse não querer que o atleta se aproxime do menino, caso seja comprovado que ele é o pai.

Delegado Edson Moreira
Titular da Delegacia de Investigações de Homicídio e Proteção à Pessoa de Minas Gerais. Foi o responsável pelo comando das investigações que levaram ao indiciamento de Bruno e mais oito pessoas.

Delegada Alessandra Wilke
Delegada da divisão de Homicídios de Contagem (MG), foi quem recebeu as primeiras denúncias sobre a suposta morte de Eliza Samudio e realizou as investigações que resultaram na localização do filho dela com uma família em Ribeirão das Neves. Alessandra foi a responsável pela primeira prisão da mulher de Bruno, Dayanne de Souza, após supostamente ter mentido em depoimento à polícia sobre o paradeiro do bebê. De acordo com Alessandra, ela teria negado que o menino esteve no sítio do goleiro. A delegada chegou a ser chamada de ¿Paquita¿ pelo ex-advogado de Bruno, Ércio Quaresma, na defesa que foi apresentada à Justiça. Alessandra foi afastada da presidência do inquérito sobre o desaparecimento de Eliza após a divulgação de imagens exclusivas para o programa Fantástico, da TV Globo, em que Bruno aparece falando informalmente sobre a ex-amante. Ela e a colega Ana Maria Santos estavam no voo que levou Bruno preso do Rio para Minas, quando foi feita a gravação. Com a saída, o inquérito passou a ser presidido pelo delegado Edson Moreira. No entanto, ela continuou auxiliando nas investigações que resultaram no inquérito que indiciou Bruno e mais oito pessoas.

Delegada Ana Maria Santos
Delegada-chefe da Delegacia de Homicídios de Contagem, Ana Maria Santos também foi afastada da chefia do inquérito sobre o desaparecimento de Eliza após a divulgação de imagens exclusivas para o programa Fantástico, da TV Globo, em que Bruno aparece falando informalmente sobre a ex-amante. Ela e a colega Alessandra Wilke estavam no voo que levou Bruno preso do Rio para Minas, quando foi feita a gravação. Com a saída, o inquérito passou a ser presidido pelo delegado Edson Moreira. No entanto, ela continuou auxiliando nas investigações que resultaram no inquérito que indiciou Bruno e mais oito pessoas. Assim como Alessandra, Ana Maria ganhou um apelido do ex-advogado de Bruno, Ércio Quaresma, na defesa que ele apresentou à Justiça. A delegada foi chamada de ¿Mega Hair¿.

Marixa Fabiane Lopes
A juíza Marixa Fabiane Lopes presidiu os trabalhos da audiência de instrução do julgamento dos nove réus no desaparecimento da ex-amante do goleiro Bruno, Eliza Samudio. Durante as oitivas, arrancou risadas dos réus e de todos os presentes com questionamentos espirituosos, além de demonstrar irritação com o hábito do ex-defensor de Bruno, Ércio Quaresma, de dormir e roncar no plenário. Ela ainda discutiu com a defesa de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, quando este foi orientado a não responder suas perguntas. No despacho em que decretou as prisões temporárias de Bruno e mais sete pessoas, além da apreensão do menor J., a magistrada classificou o caso como um "palco de horrores". Por isso, a defesa de alguns dos réus pediu seu afastamento, alegando que, na avaliação deles, a juíza havia manifestado anteriormente opinião condenando os acusados. O pedido foi negado pela Justiça.

Fonte: Redação Terra
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