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Polícia

Jornal entrega à polícia álbum achado perto de sítio de Bruno

12 jul 2010 - 11h25
(atualizado às 14h28)
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Ney Rubens
Direto de Belo Horizonte

Um repórter e um fotógrafo do jornal Folha de S.Paulo entregaram na manhã desta segunda-feira à Polícia Civil de Minas Gerais um álbum de fotos queimado encontrado no último fim de semana perto do sítio do goleiro Bruno Souza em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Algumas fotos do álbum danificado são de um bebê que pode ser o filho de Eliza Samudio, ex-amante do jogador que está desaparecida há mais de um mês.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Governo de Minas Gerais (Segov), a equipe de reportagem se reunia, às 11h, com os delegados responsáveis pelo caso, para esclarecer as circunstâncias em que o objeto foi encontrado. A polícia deve encaminhar o álbum à perícia e, provavelmente, deve retornar ao sítio para verificar se há novos vestígios de objetos destruídos.

Ainda de acordo com a Segov, a reunião não é um depoimento formal e não deve ser anexada ao inquérito que investiga o desaparecimento da estudante. Caso seja confirmado que o bebê que aparece nas fotos é o filho de Eliza Samudio, o material comprovaria a versão de um adolescente de 17 anos e de Sérgio Rosa Sales, ambos primos de Bruno, de que o goleiro teria queimado uma mala com pertences da jovem.

Ex-policial é levado ao DIHPP

O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, foi levado da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG) à Delegacia de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP), em Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira. Bola é suspeito de matar e ocultar o corpo de Eliza.

Bola, Elenilson Vitor da Silva, Wemerson de Souza, o Coxinha, e Flávio Caetano chegaram ao DIHPP para depor no final da manhã desta segunda. No entanto, o advogado de Bola, Zanoni Manuel de Oliveira Jr., disse que seu cliente não vai falar com a polícia enquanto não tiver acesso ao inquérito.

A delegada Alessandra Wilke, que investiga o caso, disse que não ouvirá nesta segunda-feira Bruno e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão.

O caso
Eliza desapareceu no dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estava lá. A atual mulher do goleiro, Dayane Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayane Souza foi presa. Contudo, após conseguir um alvará, foi colocada em liberdade. O bebê foi entregue ao avô materno.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em depoimento, admitiu participação no crime. Segundo o delegado-geral do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) de Minas Gerais, Edson Moreira, o menor apreendido relatou que o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, estrangulou Eliza até a morte e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. Segundo o delegado, no dia do crime, o goleiro saiu do sítio com Eliza e voltou sem ela, o que indicaria que o goleiro presenciou a ação.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Os três negam participação no desaparecimento. A versão do goleiro e da mulher é de que Eliza abandonou o filho. No dia 8, a avó materna obteve a guarda judicial da criança.

Bruno está preso pelo desaparecimento de Eliza
Bruno está preso pelo desaparecimento de Eliza
Foto: Daniel Trevor / Divulgação
Fonte: Especial para Terra
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