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Caso Bruno

Bruno e Macarrão dizem que só prestarão depoimento em juízo

8 jul 2010 - 00h05
(atualizado às 19h34)
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Luís Bulcão Pinheiro
Direto do Rio de Janeiro

 Houve tumulto na chegada de Bruno à Delegacia de Homicídios, da Barra da Tijuca
Houve tumulto na chegada de Bruno à Delegacia de Homicídios, da Barra da Tijuca
Foto: Wagner Meier/Fotoarena / Divulgação

O goleiro Bruno, do Flamengo, e seu amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, acusados de envolvimento no sequestro e desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do atleta, com quem teria um filho de 4 meses, assinaram um termo, na Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, dizendo que só prestarão depoimento em juízo, segundo afirmou uma fonte policial, na noite desta quarta-feira.

O goleiro e Macarrão chegaram por volta das 19h10 na Delegacia de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca, onde deveriam prestar depoimento. No fim da tarde, o atleta se apresentou à Polinter acompanhado de seu advogado, Michel Assef Filho, após a Justiça de Minas Gerais decretar a prisão preventiva do goleiro e de Macarrão, por envolvimento no desaparecimento de Eliza. No Rio, a polícia indiciou Bruno por sequestro, e o Ministério Público do Rio apresentou à Justiça denúncia, também por sequestro e cárcere privado, em 2009, quando Eliza, grávida de cinco meses, acusou o atleta obrigá-la a abortar.

Segundo o advogado de Bruno, ele estava falando normalmente à polícia, e teria dito que não tinha conhecimento dos fatos apontados pelo seu primo, de 17 anos, sobre o desaparecimento de Eliza. "Ele ficou estarrecido com o depoimento (...) e se limitou a dizer que desconhece os fatos do sequestro apresentados à polícia do Rio".

Na delegacia, Bruno confirmou que o adolescente é seu primo e disse que ele morava em sua casa no Rio. O primo foi apreendido no apartamento do goleiro depois que a polícia recebeu uma denúncia de um tio do menor para uma rádio, dizendo que ele estava escondido na casa de Bruno, no Recreio.

O adolescente esteve em Minas Gerais, na quarta, onde ajudou a polícia nas buscas pelo corpo de Eliza. A Justiça mineira pediu a internação do jovem, porque ele correria risco de vida. Na noite de quarta-feira, a polícia do Rio informou que ele já havia retornado ao Rio de Janeiro, havia sido levado ao IML, para passar por exame de corpo de delito, e estava na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

De acordo com as fontes policiais, Bruno e Macarrão aguardam autorização da Justiça para serem transferidos para Minas Gerais. Um avião os aguarda no Rio para realizar a transferência, mas antes os dois devem passar por exame de corpo de delito no IML, o que só deve ocorrer na quinta-feira. As fontes policiais cariocas disseram ainda que a polícia do Rio não deve realizar uma careação entre Bruno, Macarrão e o adolescente.

O caso
Eliza está desaparecida desde o dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a teria agredido para que ela tomasse remédios abortivos para interromper a gravidez. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para provar a suposta paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza teria sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade.

Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estaria lá. A atual mulher do goleiro, Dayane Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante o depoimento dos funcionários do sítio, um dos amigos de Bruno afirmou que ela havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayane Souza foi presa. Contudo, após conseguir um alvará, foi colocada em liberdade. O bebê foi entregue ao avô materno.

O goleiro do Flamengo e a mulher negam as acusações de que estariam envolvidos no desaparecimento de Eliza e alegam que ela abandonou a criança.

Fonte: Redação Terra
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