PUBLICIDADE

Caso Bruno

MP denuncia Bruno e Macarrão por sequestro de Eliza em 2009

7 jul 2010 - 18h44
(atualizado às 20h05)
Compartilhar

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou, nesta quarta-feira, o goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza, do Flamengo, e seu amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, pelos crimes de sequestro, cárcere privado e lesão corporal, em outubro de 2009, e pediu a prisão preventiva dos dois. Eles teriam capturado Eliza Samudio, desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando ela ainda estava grávida e a teriam tentado tentado forçá-la a abortar, segundo afirmou o promotor Alexandre Murilo Graça.

Bruno é suspeito do desaparecimento de Eliza
Bruno é suspeito do desaparecimento de Eliza
Foto: Márcia Feitosa/Vipcomm / Divulgação

Nesta quarta, a Justiça de Minas Gerais decretou a prisão preventiva do goleiro e de seu amigo Macarrão, depois que o Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa do Rio ouviu o depoimento de um primo de Bruno, na terça-feira. O adolescente teria confirmado que deu uma coronhada em Eliza, que estava com o bebê de 4 meses, no veículo, no dia 5 de junho. Ele e Macarrão teriam buscado Eliza em um hotel na Barra, no Rio, e a levado para Minas Gerais.

A Polícia Civil do Rio divulgou nessa terça-feira informações sobre o laudo do exame de urina feito por Eliza Samudio quando a jovem denunciou o goleiro Bruno, do Flamengo, por ameaça, em 2009. O exame constatou a presença de piperidina, substância que pode ser encontrada em alguns tipos de medicamentos e também em plantas abortivas. "Ou seja, ela pode ter ingerido um chá abortivo", diz a nota da corporação. A perícia informou, porém, que não foi possível determinar a origem da substância.

De acordo com o Diretor do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), Sergio da Costa Henriques, Eliza não ingeriu nenhum tipo de calmante ou sedativo. O legista disse, ainda, que ela teria ingerido 10 comprimidos, alguns azuis e outros rosa, porém não informou aos peritos ter ingerido nenhum líquido amargo, como havia declarado em seu depoimento na delegacia.

De acordo com a denúncia feita por Eliza, no ano passado, no dia 13 de outubro, por volta das 2h, o goleiro a atraiu para o interior de seu carro, em Jacarepaguá. Ao entrar no veículo, ela foi surpreendida por Macarrão e outros dois homens não identificados.

Tendo se recusado a fazer o aborto, Eliza teria sido sequestrada e agredida pelos quatro. Bruno teria dado tapas no rosto dela, que geraram lesões corporais descritas em laudo do Instituto Médico Legal. Ele teria ainda apontado uma arma de fogo para Eliza, enquanto os demais a ofendiam, ameaçavam de morte, maltratavam e a impediam de desembarcar.

Por volta das 3h30, os dois denunciados e os dois outros suspeitos levaram Eliza para a casa de Bruno, na Barra, onde a forçaram a ingerir um líquido e comprimidos com substâncias que entendiam ser abortivas.

Os crimes foram investigados pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam). As investigações prosseguirão, visando a identificar os outros dois agentes. O MP pediu ainda à Justiça a quebra do sigilo telefônico dos aparelhos utilizados por Bruno e Macarrão nos dias 12 e 13 de outubro. E requisitou cópia dos depoimentos colhidos em Contagem (MG) e na Divisão de Homicídios do Rio sobre o desaparecimento de Eliza.

O caso

Eliza está desaparecida desde o dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a teria agredido para que ela tomasse remédios abortivos para interromper a gravidez. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para provar a suposta paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza teria sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade.

Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estaria lá. A atual mulher do goleiro, Dayane Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante o depoimento dos funcionários do sítio, um dos amigos de Bruno afirmou que ela havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayane Souza foi presa. Contudo, após conseguir um alvará, foi colocada em liberdade. O bebê foi entregue ao avô materno.

O goleiro do Flamengo e a mulher negam as acusações de que estariam envolvidos no desaparecimento de Eliza e alegam que ela abandonou a criança.

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade