Caso Eloá: advogada de Lindemberg pede anulação de julgamento
A advogada do motoboy Lindemberg Alves, Ana Lúcia Assad, entrou com um pedido de anulação do julgamento que condenou seu cliente a 98 anos e 10 meses de prisão pela morte da ex-namorada Eloá Pimentel e mais 11 crimes ocorridos em outubro de 2008. "As alegações (para o pedido de anulação) são irregularidades e cerceamento de defesa", disse a advogada, que informou que as justificativas serão apresentadas dentro do prazo de cinco dias. As informações são do jornal O Globo.
Relembre o cárcere privado mais longo do Estado de São Paulo
Ana Lúcia também solicitou a redução de pena de Lindemberg. "A pena foi totalmente desproporcional, já que houve um crime continuado", disse. Após a apresentação dos argumentos da defesa, o pedido será analisado pelo Ministério Público, que terá cinco dias para rebater as justificativas. Logo depois, cabe à juíza aceitar ou não os recursos.
O mais longo cárcere de SP
A estudante Eloá Pimentel, 15 anos, morreu em 18 de outubro de 2008, um dia após ser baleada na cabeça e na virilha dentro de seu apartamento, em Santo André, na Grande São Paulo. Os tiros foram disparados quando policiais invadiam o imóvel para tentar libertar a jovem, que passou 101 horas refém do ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo.
Armado e inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o local no dia 13 de outubro, rendendo Eloá e três colegas - Nayara Rodrigues da Silva, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. Os dois adolescentes logo foram libertados pelo acusado. Nayara, por sua vez, chegou a deixar o cativeiro no dia 14, mas retornou ao imóvel dois dias depois para tentar negociar com Lindemberg. Entretanto, ao se aproximar do ex-namorado de sua amiga, Nayara foi rendida e voltou a ser feita refém.
Mesmo com o aparente cansaço de Lindemberg, indicando uma possível rendição, no final da tarde no dia 17 a polícia invadiu o apartamento, supostamente após ouvir um disparo no interior do imóvel. Antes de ser dominado, segundo a polícia, Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns, matando Eloá e ferindo Nayara no rosto. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular.