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Caso Bruno

MG: com dores no peito, Bola deixa audiência em ambulância

24 out 2012 - 16h59
(atualizado às 17h04)
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O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, passou mal, nesta quarta-feira, no Fórum de Contagem (MG), onde estava para participar de uma audiência pela morte do comerciante e carcereiro Rogério Martins Novelo, em maio de 2000, da qual é acusado. Bola também é réu no caso da morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno. A sessão desta manhã foi adiada devido ao não comparecimento do advogado de Marcos Aparecido.

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De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), após se sentir mal, Bola foi levado por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) 16, em Contagem.

O órgão afirmou ainda que, por volta das 16h10, o ex-policial ainda estava no local realizando exames devido a dores no peito.

Após a ausência do advogado de Bola no julgamento pela morte de Rogério Martins Novelo, o promotor de Justiça do tribunal do júri do fórum de Contagem (MG), Henry Wagner Vasconcelos de Castro, pediu à juíza Marixa Fabiane o adiamento do júri popular desta quarta-feira. A juíza aceitou os requerimentos do MP e remarcou o julgamento para 5 de novembro, às 9h. Para ela, houve "evidente má fé" dos advogados de defesa e aplicou uma multa de R$ 18.660 ao defensor Fernando Costa Magalhães. O valor deve ser pago em 20 dias.

Segundo o MP, o pedido de adiamento foi motivado "por uma astuta manobra articulada pela defesa do réu". O advogado alegou que teve de viajar para a cidade de Tangará da Serra, em Mato Grosso, para acompanhar o depoimento de uma testemunha no caso Eliza Samudio.

O caso Bruno

Eliza desapareceu no dia 4 de junho de 2010 quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano anterior, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, então com 4 meses, estava lá. A então mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação de uma namorada do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por cárcere privado. Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola serão levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson também irão a júri popular, mas por sequestro e cárcere privado. Além disso, a juíza decidiu pela revogação da prisão preventiva dos quatro. Flávio, que já havia sido libertado após ser excluído do pedido de MP para levar os réus a júri popular, foi absolvido. Além disso, nenhum deles responderá pelo crime de corrupção de menores.

Bola será julgado pela morte de um comerciante e carcereiro, ocorrida em 2000
Bola será julgado pela morte de um comerciante e carcereiro, ocorrida em 2000
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Fonte: Terra
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