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Caso Bruno

MG: acusada por morte de primo do goleiro Bruno é condenada

10 ago 2013 - 08h31
(atualizado às 08h38)
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Sérgio Rosa Sales foi assassinado no dia 22 de agosto de 2012, em Belo Horizonte
Sérgio Rosa Sales foi assassinado no dia 22 de agosto de 2012, em Belo Horizonte
Foto: uiz Costa/Hoje em Dia / Futura Press

A mulher acusada de participar do assassinato o primo do goleiro Bruno Fernandes, Sérgio Rosa Sales, em agosto do ano passado, foi condenada a 13 anos de prisão, nesta sexta-feira. A decisão do 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, negou que Deniza Cezário da Silva recorra da sentença em liberdade. Sales era um dos réus do processo de desaparecimento e morte da modelo Eliza Samudio, amante do ex-goleiro do Flamengo.

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Sérgio Rosa Sales foi morto há um ano, no bairro Minaslândia, na zona norte de Belo Horizonte. Durante o interrogatório, a ré reafirmou que foi assediada por Sérgio Sales um dia antes do crime e que comentou o fato com o então namorado Alexandre Ângelo de Oliveira, apontado como o executor de Sérgio. Um dia após o suposto assédio, eles foram até o local d a abordagem, ela desceu da moto e continuou o caminho a pé, sendo acompanhada de longe por Alexandre. Quando Sérgio se aproximou e passou a acompanhá-la, o namorado da ré começou a perseguição, efetuando diversos disparos de arma de fogo, até encurralar Sérgio em um lote, quando terminou a execução do crime.

Na fase de instrução do processo, ele confessou que atirou em Sérgio, por este ter assediado sua namorada, confirmando o cunho passional do crime. Por sua vez, Deniza negou os fatos narrados na denúncia e disse que não teve nenhum envolvimento com o assassinato, apenas confirmando que contou ao namorado sobre a abordagem.

Durante o julgamento de ontem, ela disse que não presenciou o assassinato e que apenas ouviu os disparos no caminho do trabalho. Argumentou que só fugiu e ficou escondida após saber que a polícia estava em busca dela e do namorado.

Entre as testemunhas ouvidas, estava a irmã da vítima, que depôs como informante. Ela disse que Sérgio vinha sendo ameaçado e que seu irmão, apesar de “mulherengo”, nunca chegou a forçar qualquer tipo de namoro. Para a promotoria, o casal armou uma emboscada para Sérgio e “Deniza foi peça fundamental na morte dele”. Em janeiro deste ano, Deniza e o namorado foram pronunciados ao Júri, mas seus processos acabaram desmembrados porque Alexandre decidiu recorrer da sentença de pronúncia e Deniza desistiu do recurso.

O advogado de defesa argumentou que não houve nenhuma manobra. Explicou que sua cliente queria um julgamento mais ágil, pois está presa. Quanto à motivação do crime, o advogado ressaltou que as investigações da polícia não apontaram a conexão do crime com o Caso Bruno.

Alexandre está preso na penitenciária Inspetor José Martinho Drumond e Deniza, no presídio São Joaquim de Bicas II.

O caso Bruno
Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, foi julgado e condenado a 22 anos de prisão no dia 27 de abril de 2013.

Fonte: Terra
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