Mãe de Eliza diz que vai entrar na Justiça pela guarda do neto
- Celso Bejarano
- Campo Grande
A dona de casa Sônia de Fátima Moura, 44 anos, mãe da estudante Eliza Samudio, desaparecida desde o dia 4 de junho, disse, nesta sexta-feira, em Campo Grande (MS), que vai entrar na Justiça na segunda-feira pedindo a guarda do neto. Sua filha briga nos tribunais com o goleiro Bruno, do Flamengo, pelo reconhecimento da paternidade do filho de 4 meses.
Na data do desaparecimento, Eliza teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno, apontado pela polícia como principal suspeito do sumiço. A polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza teria sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador. O atleta nega acusações.
Sônia disse que antes de mover a ação, tentou um acordo com o ex-marido, Luiz Carlos Samudio, em Foz do Iguaçu (PR), que está com a criança desde domingo, mas ele recusou a proposta. A informação foi confirmada pelo advogado de Luiz Carlos. Sônia vive em um sítio em Anhandui, a 30 km de Campo Grande. Ela foi ao fórum da cidade, mas não conseguiu protocolar a ação porque o Poder Judiciário fechou devido ao jogo do Brasil.
A mãe da estudante afirmou que morou junto com Samudio por cerca um ano e que, após se separar, ficou por mais dois anos em Foz de do Iguaçu, onde teria ajudado a criar a menina. Depois, ela se mudou para Mato Grosso do Sul.
Eliza voltou a viver com a mãe em 1999, em Campo Grande, quando ela tinha 14 anos idade. Um ano depois, a menina retornou para Foz de Iguaçu, onde passou a viver com o pai novamente, disse Sônia, tem ainda um filho de 11 anos de idade.
Ela acredita que a filha está viva e se recusou a fazer comentários sobre o goleiro Bruno, apontado pela polícia como suspeito de participar do desaparecimento da estudante.
O caso
Eliza está desaparecida desde o dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a teria agredido para que ela tomasse remédios abortivos para interromper a gravidez.
No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza teria sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade.
Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estaria lá. A atual mulher do goleiro, Dayane Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade.
No entanto, durante o depoimento dos funcionários do sítio, um dos amigos de Bruno afirmou que Dayane havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayane Souza foi presa. Contudo, após conseguir um alvará, foi colocada em liberdade.
O goleiro do Flamengo e a mulher negam as acusações de que estariam envolvidos no desaparecimento de Eliza.