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Caso Bruno

Há 3 anos, Bruno questionava: 'quem nunca saiu na mão com a mulher?'

7 mar 2013 - 16h45
(atualizado às 16h51)
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<p>Tr&ecirc;s meses ap&oacute;s declara&ccedil;&atilde;o pol&ecirc;mica, Bruno foi preso suspeito de envolvimento na morte de Eliza</p>
Três meses após declaração polêmica, Bruno foi preso suspeito de envolvimento na morte de Eliza
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação

Julgado pela acusação de ter ordenado a morte da ex-amante Eliza Samudio, o goleiro Bruno Fernandes pode ser condenado ainda nesta quinta-feira a até 41 anos de prisão. Curiosamente, hoje faz exatamente três anos desde que o jogador, então capitão do Flamengo, causou revolta em grupos feministas ao questionar: quem nunca agrediu a mulher?

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A declaração foi dada em defesa ao atacante Adriano, então colega de clube, envolvido em uma briga com a então noiva, Joana Machado. Na ocasião, Joana teria arremessado pedras em direção aos carros de atletas do Flamengo e trocado agressões com o atacante.

Diante da repercussão do caso, Bruno foi aos microfones e questionou: "Qual de vocês (jornalistas), que é casado e nunca brigou com a mulher? Que nunca discutiu e que nunca até saiu na mão com a mulher? Não tem jeito: briga de marido e mulher, ninguém mete a colher". A frase, dita às vésperas do Dia Internacional da Mulher, causou revolta e motivou um pedido de desculpas do jogador.

"Fui muito mal interpretado. O termo que usei talvez não foi o certo. Talvez, se eu usasse outro, seria a palavra correta. Peço desculpas a todos. Hoje é o Dia das Mulheres. Tenho filha, ela vai crescer e virar mulher um dia. Todas as mulheres do Brasil merecem respeito e carinho", desculpou-se o goleiro. Cerca de três meses depois, Bruno era preso por suspeita de envolvimento no desaparecimento de Eliza.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

Conheça as acusações e penas máximas possíveis contra os réus

Réu Acusações Pena máxima
Bruno Homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio 41 anos
Dayanne Sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio 5 anos
 

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

Falta de clareza é desastre para réu, afirma criminalista:

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Bruno ainda não delatou nem confessou, diz Jurista:

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. O julgamento de Bruno e de Dayane Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi remarcado para 4 de março de 2013. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013. 

Fonte: Terra
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