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Goleiro Bruno assina contrato com time do norte de Minas Gerais

Montes Claros, time da segunda divisão mineira, contratou ex-atleta do Flamengo. Liberação de atleta depende da Justiça

28 fev 2014 - 09h06
(atualizado em 10/12/2014 às 14h37)
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<p>Goleiro Bruno foi condenado pelo sequestro e morte de Eliza</p>
Goleiro Bruno foi condenado pelo sequestro e morte de Eliza
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação

O goleiro Bruno, condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo sequestro e assassinato da modelo Eliza Samudio, assinou contrato nessa sexta-feira para jogar pelo time de Montes Claros, que disputa a segunda divisão do futebol mineiro. A informação foi dada pelo advogado do ex-atleta do Flamengo, Tiago Lenoir, em seu perfil no Twitter. "Saindo da Penitenciária Nelson Hungria. Bruno assinou contrato de trabalho com o Montes Claros Futebol Clube", escreveu. A liberação do jogador para atuar, no entanto, depende da Justiça. 

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O contrato de cinco anos e salário mensal de R$ 1.430 tem os direitos econômicos fixados em R$ 2,86 milhões. Segundo o também advogado de Bruno, Francisco Simim, o negócio deve ser protocolado ainda hoje na Federação Mineira de Futebol para que haja tempo de inscrever o goleiro no Campeonato Mineiro da Segunda Divisão. O prazo encerra se encerra nesta sexta-feira.

Em seguida, é preciso encaminhar a documentação para sair no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol para que o Bruno possa estrear pelo clube do norte de Minas. De acordo com declarações do presidente do Montes Claros, Joevile Mocellin, a intenção é "recuperar o homem Bruno". 

Em janeiro, a defesa do goleiro protocolou um pedido de transferência de Bruno da Penintenciária Nelson Hungria, em Contagem, onde está desde 2010, para Montes Claros. Um dos requisitos que o juiz analisa para atender a solicitação é ter residência fixa ou trabalho. A intenção do advogado é que a Justiça autorize a transferência e, depois, permita que ele possa trabalhar. 

De acordo com a legislação, o ex-atleta do Flamengo só poderá pleitear o direito de trabalhar quando estiver no regime semiaberto, o que deve ocorrer somente em 2018. Mesmo assim, Simim mantém a esperança de conseguir com que Bruno retorne aos gramados antes desse prazo. "Sob escolta, com uma pessoa da Secretaria de Segurança acompanhando ele, o Bruno pode sim sair para trabalhar. Já há casos de presos do regime fechado que deixam o presídio para estudar ou trabalhar. Eu mesmo tenho duas clientes do regime fechado que fazem o curso de Direito e saem escoltadas e em uma van da Secretaria de Segurança para estudar", alegou. 

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão.

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado.No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.

Fonte: Especial para Terra
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