Bruno, Macarrão e Paulista vão a prisão de segurança máxima
- Ney Rubens
- Direto de Belo Horizonte
O goleiro do Flamengo, Bruno Souza, seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e o ex-policial Marcos Aparecido do Santos, conhecido como Paulista, deixaram o Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção a Pessoa (DIHPP), em Belo Horizonte (MG), na tarde desta sexta-feira, em direção à penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. A prisão fica a apenas 5 km do sítio do jogador, em Esmeraldas, onde Eliza Samudio, ex-amante de Bruno, teria sido vista pela última vez.
Segundo a polícia, os três vão ficar em celas separadas, sem possibilidade de comunicação. O delegado-chefe do departamento, Edson Moreira, havia dito que não tem pressa em ouvir o trio, já que a prisão temporária deles vale por 30 dias.
Na sede do DIHPP, Bruno, Macarrão e o ex-policial foram orientados a não ceder material para o exame de DNA. Os policiais investigam de quem seria o sangue com DNA de homem encontrado no jipe Range Rover do goleiro Bruno. O carro seria o local onde Eliza foi golpeada na cabeça com uma coronhada.
O advogado de Bruno e Macarrão, Ercio Quaresma, e o novo defensor do ex-policial, Rodrigo Braga, orientaram seus clientes a não prestar depoimento à polícia. Quaresma já afirmou que o jogador e seu amigo só falarão em juízo. Braga disse hoje que seu cliente nega ser o executor de Eliza.
O caso
Eliza desapareceu no dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.
No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estava lá. A atual mulher do goleiro, Dayane Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayane Souza foi presa. Contudo, após conseguir um alvará, foi colocada em liberdade. O bebê foi entregue ao avô materno.
Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em depoimento, admitiu participação no crime. Segundo o delegado-geral do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) de Minas Gerais, Edson Moreira, o menor apreendido relatou que o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, estrangulou Eliza até a morte e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. Segundo o delegado, no dia do crime, o goleiro saiu do sítio com Eliza e voltou sem ela, o que indicaria que o goleiro presenciou a ação.
No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Os três negam participação no desaparecimento. A versão do goleiro e da mulher é de que Eliza abandonou o filho. No dia 8, a avó materna obteve a guarda judicial da criança.