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Polícia

Bruno, Macarrão e Paulista vão a prisão de segurança máxima

9 jul 2010 - 17h03
(atualizado às 18h27)
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Ney Rubens
Direto de Belo Horizonte

O goleiro do Flamengo, Bruno Souza, seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e o ex-policial Marcos Aparecido do Santos, conhecido como Paulista, deixaram o Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção a Pessoa (DIHPP), em Belo Horizonte (MG), na tarde desta sexta-feira, em direção à penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. A prisão fica a apenas 5 km do sítio do jogador, em Esmeraldas, onde Eliza Samudio, ex-amante de Bruno, teria sido vista pela última vez.

Goleiro Bruno chega algemado ao Departamento de Investigações em Belo Horizonte
Goleiro Bruno chega algemado ao Departamento de Investigações em Belo Horizonte
Foto: Paulo Assis / Futura Press

Segundo a polícia, os três vão ficar em celas separadas, sem possibilidade de comunicação. O delegado-chefe do departamento, Edson Moreira, havia dito que não tem pressa em ouvir o trio, já que a prisão temporária deles vale por 30 dias.

Na sede do DIHPP, Bruno, Macarrão e o ex-policial foram orientados a não ceder material para o exame de DNA. Os policiais investigam de quem seria o sangue com DNA de homem encontrado no jipe Range Rover do goleiro Bruno. O carro seria o local onde Eliza foi golpeada na cabeça com uma coronhada.

O advogado de Bruno e Macarrão, Ercio Quaresma, e o novo defensor do ex-policial, Rodrigo Braga, orientaram seus clientes a não prestar depoimento à polícia. Quaresma já afirmou que o jogador e seu amigo só falarão em juízo. Braga disse hoje que seu cliente nega ser o executor de Eliza.

O caso
Eliza desapareceu no dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estava lá. A atual mulher do goleiro, Dayane Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayane Souza foi presa. Contudo, após conseguir um alvará, foi colocada em liberdade. O bebê foi entregue ao avô materno.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em depoimento, admitiu participação no crime. Segundo o delegado-geral do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) de Minas Gerais, Edson Moreira, o menor apreendido relatou que o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, estrangulou Eliza até a morte e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. Segundo o delegado, no dia do crime, o goleiro saiu do sítio com Eliza e voltou sem ela, o que indicaria que o goleiro presenciou a ação.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Os três negam participação no desaparecimento. A versão do goleiro e da mulher é de que Eliza abandonou o filho. No dia 8, a avó materna obteve a guarda judicial da criança.

Fonte: Especial para Terra
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