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Caso Bruno

Bola é condenado a 22 anos por morte e ocultação de cadáver de Eliza

O ex-policial foi considerado culpado dos crimes de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver

27 abr 2013 - 21h39
(atualizado em 28/4/2013 às 10h37)
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<p>O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi considerado culpado por todos os crimes</p>
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi considerado culpado por todos os crimes
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi condenado neste sábado no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), a 22 anos de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, em 2010. A decisão dos jurados foi lida pela juíza Marixa Fabiane Rodrigues por volta das 22h40. O ex-policial foi considerado culpado dos crimes de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ele teve pena semelhante à de Bruno, que foi condenado em março a 22 anos e três meses de reclusão.

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O ex-policial foi condenado a 19 anos de detenção em regime fechado pelo homícidio de Eliza e a mais três anos de prisão em regime aberto pela ocultação do cadáver. Além disso, deverá pagar 360 dias-multa. A magistrada decidiu que ele não poderá recorrer em liberdade.

A juíza Marixa Fabiane considerou os maus antecedentes do réu para a dosimetria da pena, citando os outros crimes pelos quais Bola é suspeito. "Pela forma como executou a vítima, demonstra que é uma pessoa agressiva e impiedosa (...). Ficou claro o desvio de caráter do réu", afirmou. "Ele praticou crime perfeito (...) Ocultou muito bem o corpo (da vítima)", completou a magistrada.

Bola ouviu a sentença acompanhado do advogado Ércio Quaresma. O outro defensor, Fernando Magalhães, não acompanhou a leitura. O promotor de Justiça Henry Wágner Vasconcelos Castro, bastante sorridente, foi cumprimentado por várias pessoas no salão do tribunal do júri. Os filhos de Bola e a mulher do ex-policial choraram bastante ao saber da decisão dos jurados.

O julgamento popular de Bola no Fórum de Contagem foi o mais longo do caso. Durou seis dias e foi marcado por acusações e agressões verbais entre o promotor Henry Wagner e pelo advogado Ércio Quaresma. Castro chegou a chamar Quaresma de "drogado crápula e canalha" em resposta às provocações do defensor, que utilizou frases como "aquele moço garboso" durante todo o júri e, principalmente, na fase de debate entre promotoria e defensores, que aconteceu na tarde deste sábado.

Na tréplica, para evitar a condenação do cliente, Quaresma chegou a usar um boneco com aparência semelhante à do promotor de Justiça para pedir que os jurados "não fossem marionetes, como foram os dois conselhos de sentença anteriores", que consideraram culpados Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Bruno. Eles foram condenados a 15 e a 22 anos e 3 meses de prisão, respectivamente.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.

Fonte: Especial para Terra
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