PUBLICIDADE

Polícia

Casas dos traficantes Nem e Peixe ostentam luxo na Rocinha

13 nov 2011 - 14h18
(atualizado às 20h13)
Compartilhar

Com a ocupação da favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, neste domingo, as casas dos traficantes também foram vistoriadas pela polícia em busca de armas e drogas, exibindo o luxo e o conforto em que viviam os criminosos enquanto dominavam a comunidade. Na residência do chefe do tráfico na Rocinha, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, há deck de madeira com piscina, churrasqueira e cozinha espaçosa.

Terra mostra interior de blindado usado para ocupar Rocinha:

Veja o raio-x da guerra contra o tráfico

Beleza e caos: veja fatos do Rio que encantam e apavoram o mundo

Apontado como aliado de Nem no morro de São Carlos, Sandro Luís de Paula Amorim, o Peixe, preso na quarta-feira ostentava ainda mais. Em um quarto da sua casa, há banheira de hidromassagem, cama espaçosa e aquário. Na área de lazer, o traficante tinha churrasqueira e piscina protegida por um muro alto, mas com vista privilegiada da Rocinha.

A ocupação começou por volta das 4h de hoje, com apoio das Forças Armadas. Após dias de aviso da ação, não houve resistência. Segundo a polícia, nenhum tiro foi disparado.

A prisão de Nem
O chefe do tráfico da favela da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi preso pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar no início da madrugada de 10 de novembro. Um dos líderes mais importantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), ele estava escondido no porta-malas de um carro parado em uma blitz por estar com a suspensão baixa, em uma das saídas da maior favela da América Latina -, que havia sido cercada por policiais na noite do dia 8 de novembro.

Desde o dia anterior, a polícia já investigava denúncias de um possível plano para retirar o traficante da Rocinha. Além de Nem, três homens estavam no carro. Um se identificou como cônsul do Congo, o outro como funcionário do cônsul, e um terceiro como advogado - a embaixada da República do Congo, entretanto, informou não ter consulados no Rio. Os PMs pediram para revistar o carro, mas o trio se negou, alegando imunidade diplomática. Os agentes decidiram, então, escoltar o veículo até a sede da Polícia Federal. No caminho, porém, os ocupantes pediram para parar o carro e ofereceram R$ 1 milhão para serem liberados. Neste momento, os PMs abriram o porta-malas e encontraram Nem, que se escondia com R$ 59,9 mil e 50,5 mil euros em dinheiro.

Nem estava no comando do tráfico da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, junto de João Rafael da Silva, o Joca, desde outubro de 2005, quando substituiu o traficante Bem-te-vi, que foi morto. Com 35 anos, dez de crime e cinco como o chefe das bocas de fumo mais rentáveis da cidade, ele tinha nove mandados de prisão por tráfico de drogas, homicídio e lavagem de dinheiro. Nem possuía um arsenal de pelo menos 150 fuzis, adquiridos por meio da venda de maconha, cocaína e ecstasy, sendo a última a única droga consumida por ele. Com isso, movimentaria cerca de R$ 3 milhões por mês, graças à existência de refinarias de cocaína dentro da favela.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade