PUBLICIDADE

Polícia

Casa de atirador estava destruída, diz polícia do Rio

7 abr 2011 - 18h47
(atualizado em 8/4/2011 às 00h45)
Compartilhar

Enquanto policiais da área de homicídios, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, tomavam depoimentos de professores e testemunhas do massacre promovido por Wellington Menezes de Oliveira, na Escola Municipal Tasso de Oliveira, em Realengo, uma psicóloga da corporação esteve na casa do assassino, em Sepetiba, também na zona oeste. Ela foi colher subsídios que levassem a uma melhor compreensão da tragédia e fazer o levantamento do perfil psicológico do assassino.

Ação rápida da polícia evitou tragédia maior, diz governador:

Na casa do atirador, no entanto, a polícia encontrou um rastro de destruição: computadores e eletrodomésticos queimados, provavelmente com a intenção de dificultar a ação dos policiais. Na casa, não foi encontrado nenhum vestígio de drogas e bebidas alcoólicas, que pudessem definir Wellington como um viciado.

A polícia apurou que a família que criou Wellington frequentava a igreja Testemunha de Jeová e que ele tinha um cachorro e um gato. Os investigadores também descobriram que ele havia pedido demissão do emprego em que trabalhava, em uma fábrica de salsicha, há cerca de sete meses, quando sua mãe morreu.

Os vizinhos o definiram como um sujeito quieto, que não costumava falar com ninguém, se vestia sempre de preto e passava a maior parte do tempo em frente ao computador. Intriga a Polícia Civil a carta deixada por Wellington, que, além de mostrar indícios de insanidade e tendência fundamentalista, continha frases que poderiam indicar problemas com as mulheres. Ele fala em "pessoas impuras", que não poderiam tocá-lo a não ser usando luvas. Na carta, ele também se define como um homem puro.

Parentes ficam desolados

"Ele (o atirador) entrou na sala vestindo um jaleco, dizendo que ia dar uma palestra e começou a atirar. Minha filha pegou o celular para pedir socorro, quando ele atirou nela. O tiro pegou na barriga", afirmou a dona de casa Veronice Gomes de Lima, mãe de Renata, 13 anos, do 8º ano.

A menina foi operada e, segundo a mãe, não corre risco de vida. Mas o trauma vai levar um tempo para ser esquecido. "Ela não quer voltar para a escola. Não sei o que eu vou fazer", disse Veronice. Maior tristeza viveu a família de Samira Pires Ribeiro, 13 anos, também do 8º ano. "Ela levou um tiro na testa e morreu. A minha mãe está em estado de choque", disse Valéria Pires, irmã da estudante.

Dentro do hospital, os parentes recebiam atendimento psicológico para tentar superar a perda. "Eles estão arrasados, precisando de todo o apoio. A ficha ainda não caiu. Agora é momento de trabalhar esse luto, para tentar um reequilíbrio e uma reinserção na sociedade. Porque eles precisam caminhar e continuar suas vidas", disse a psicóloga Helena Beatriz.

Atentado

Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e se suicidou logo após o atentado. Segundo a polícia, o atirador portava duas armas e utilizava pelo menos 10 dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.

Wellington atirou em duas pessoas ainda fora da escola e entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão de Deus e que nenhuma pessoa ¿impura¿ tocasse em seu corpo.

Agência Brasil Agência Brasil
Compartilhar
Publicidade