PUBLICIDADE

Polícia

Brasileiros negam participação em atentado contra senador paraguaio

28 abr 2010 - 00h01
(atualizado às 07h46)
Compartilhar

Os brasileiros acusados de terem participado do atentado contra o senador paraguaio Robert Acevedo, na cidade de Pedro Juan Caballero, a cerca de 550 km de Assunção, na fronteira com o Brasil, na noite de segunda, negaram à polícia local a participação no crime.

De acordo com a polícia paraguaia o carro não apresenta indícios de roubo
De acordo com a polícia paraguaia o carro não apresenta indícios de roubo
Foto: Reuters

O carro em que estava o senador governista Robert Acevedo foi atingido por 35 disparos. A região, onde operam grupos de narcotraficantes, encontra-se sob estado de exceção há dois dias. O motorista e o segurança de Acevedo morreram. O senador foi atingido por um tiro no braço e outro no rosto, mas se recupera em um hospital local e não corre risco de morrer.

Nevailton Marcos Cordeiro, 34 anos, de São Paulo, e Eduardo da Silva, 27 anos, de Vitória, no Espírito Santo, estão presos em Pedro Juan Caballero, e seriam integrantes da associação criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo o chefe de polícia local, Francisco González, os brasileiros teriam antecedentes criminais no Brasil e estavam ilegais no país.

A promotora paraguaia Lourdes Pena disse que o carro usado no atentado é de origem brasileira e não apresentava indícios de roubo. As informações são da rádio 650 AM.

De acordo com Lourdes, o veículo, que foi incendiado, foi comprado por meio de um banco brasileiro e não foi denunciado como roubado. Segundo a promotora, o carro também não tinha sido protestado pela falta de pagamento e está sendo averiguada a identidade do proprietário. "Este veículo é legal, segundo dados preliminares", disse ela informado que as placas são de São Paulo e que dentro do veículo foram encontrados projeteis de alto calibre.

Mobilização
O crime ocorreu em um dos cinco distritos que desde sábado encontram-se sob o estado de exceção determinado pelo presidente paraguaio, Fernando Lugo, com a mobilização de aproximadamente 3 mil soldados do Exército para conter as atividades da guerrilha Exército do Povo Paraguaio (EPP), ligada às Forças Armadas Revolucionárias da Colombia (Farc). Ao EPP foi atribuído o assassinato, há uma semana, de quatro policiais no departamento de Concepción, vizinho de Amambay.

Entretanto, a polícia não vê ligação entre o crime contra Acevedo e o estado de exceção determinado por Lugo. Especula-se que o atentado contra o senador, conhecido por fazer denúncias contra grupos criminosos na região e que já vinha recebendo ameaças de morte, seria um caso isolado.

"Escapei por milagre", relatou Acevedo à imprensa local. "Responsabilizo narcotraficantes paraguaios associados a brasileiros. Eles estão infiltrados na sociedade e são donos da vida e da morte. Eu os denunciava todos os dias, mas agora vejo que é impossível lutar contra eles. São extremamente poderosos", disse.

Acevedo é um empresário que atua com postos de gasolina, e é também proprietário da rádio Amambay AM. O furgão em que estava no momento do atentado era utilizado nas coberturas diárias da emissora.

Segundo ele, o ataque foi ordenado por grupos de narcotraficantes, que teriam oferecido US$ 300 mil por sua cabeça. Acevedo afirmou que assim que se recuperar vai abandonar a região. "Para continuar vivo, preciso deixar a cidade", afirmou.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
Compartilhar
Publicidade