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Polícia

Bombeiros festejam liberdade com almoço improvisado na Alerj

11 jun 2011 - 14h08
(atualizado às 14h21)
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Rodrigo Teixeira
Direto do Rio de Janeiro

Os bombeiros libertados na manhã deste sábado festejaram junto à população fluminense com um grande almoço de confraternização improvisado em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Na festa, era possível ver moradores de rua, crianças, familiares dos bombeiros e militares soltos. A categoria deve se reunir amanhã, em Copacabana, às 10h para prosseguir com a reivindicação de melhores salários.

» Confira o salário dos bombeiros em cada Estado do País

Um dos momentos mais emocionantes do almoço improvisado foi a entrega da farda militar por uma mãe a seu filho. "Tudo que eu falei ao entregar a farda ao meu filho foi de coração. Sei que ali representei todas as mães de todos os bombeiros que estiveram presos. Eu só chorava enquanto ele estava detido, pois meu filho é digno, honesto e justo. Estão lutando por dignidade, e fazendo história por todas as classes trabalhadoras oprimidas", disse Ana Maria Pinho, 55 anos.

Seu filho, sargento Jonathan Félix, trajava uma camisa em que se lia "Não somos 439. Somos 17 mil na corporação e também toda a população do Estado do Rio de Janeiro".

O grupo do sargento Marcelo Azevedo era um dos mais animados da festa. "Estamos comendo arroz, feijão, frango ensopado, salada de repolho e cenoura, está uma delícia. E ainda tem um copo de refresco de guaraná para acompanhar. É preciso agradecer a população que doou os alimentos para esta mobilização", disse. "Agora, nossa luta continua amanhã, pelos companheiros que estão presos. Também queremos a anistia".

Ainda permanecem presos 14 bombeiros (nove na Polinter do Rio e cinco em Niterói, que receberam voz de prisão).

Bombeiros na cadeia

Cerca de 2 mil bombeiros que protestavam por melhores salários invadiram o quartel do Comando-Geral dos Bombeiros, na praça da República, em 3 de junho. Os manifestantes chegaram a usar mulheres como escudo humano para impedir a entrada da cavalaria da Polícia Militar no local. No entanto, o Batalhão de Choque da Polícia Militar (Bope) invadiu o quartel por volta das 6h do dia seguinte e prendeu 439 bombeiros.

Os integrantes do protesto responderão pelos crimes de motim, dano ao aparelhamento militar (carros e mobiliário), dano a estabelecimento (quartel) e inutilização do meio destinado a salvamentos (impedir que carros saíssem para socorro). Dados oficiais apontam que os manifestantes danificaram viaturas, arrombaram portas do quartel e saquearam alimentos.

A situação vinha se tornando mais tensa desde maio, quando uma greve de guarda-vidas, que durou 17 dias, levou cinco militares à prisão. A paralisação acabou sendo encerrada por determinação da Justiça. Os bombeiros alegavam não ter recebido contraproposta do Estado sobre a reivindicação de aumento do piso mínimo para R$ 2 mil. Segundo eles, os profissionais recebem cerca de R$ 950 por mês.

Fonte: Especial para Terra
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