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Polícia

Bombeiros e parentes apoiam colegas em vários pontos do Rio

6 jun 2011 - 15h55
(atualizado às 21h52)
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A manhã desta segunda-feira no Rio de Janeiro foi marcada, em vários pontos da cidade, por protestos de pequenos grupos de bombeiros e parentes em apoio aos militares presos na madrugada de sábado, após a invasão do quartel central da corporação na sexta-feira. O movimento dos bombeiros do Rio é por melhores salários e condições de trabalho.

Bombeiros protestaram em frente à Assembleia Legislativa contra a prisão de colegas
Bombeiros protestaram em frente à Assembleia Legislativa contra a prisão de colegas
Foto: Guto Maia / Futura Press

No centro da cidade ocorre o maior dos protestos. Centenas de manifestantes ocupam as escadarias do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa (Alerj). Na calçada, um grupo improvisou uma cozinha comunitária que recebe doações de alimentos. Durante o protesto, também foram distribuídas à população fitas vermelhas que simbolizam o repúdio à prisão de integrantes da corporação.

Em Campo Grande, zona oeste da capital, mulheres de integrantes da corporação e servidores da área de saúde ocuparam uma faixa da avenida Cesário de Melo, a principal do bairro. Com faixas, cartazes e um carro de som, o grupo formado por dezenas de manifestantes seguiu para o Hospital Rocha Faria e ao quartel da região.

Na Barra da Tijuca, zona oeste, um grupo ocupou duas faixas da avenida Ayrton Senna. Houve protesto também na avenida Brasil, principal via expressa de acesso ao centro, onde um pequeno grupo ocupou uma das seis faixas de rolamento.

Prisões deixam cidade com 50% do efetivo

Em Angra dos Reis, município do sul fluminense, bombeiros também protestaram contra a prisão dos colegas. Segundo os manifestantes, entre os detidos estão 90 homens lotados no quartel da cidade, que participavam das manifestações por melhores salários. Com as prisões, Angra ficou com apenas metade do efetivo que atua no município.

Nesta manhã, os presos, que foram transferidos para a antiga sede da Academia dos Bombeiros, em Niterói (região metropolitana), fizeram exercícios e cantaram o hino da corporação no pátio da instituição.

De acordo com o comando do Corpo de Bombeiros, os detidos serão autuados por motim, dano em viatura e às instalações, além de impedir e dificultar a saída para socorro e salvamento, crimes tipificados no Código Penal Militar. As penas variam de dois a 10 anos de prisão.

A auditoria da Justiça Militar do Rio afirmou que ainda não recebeu a comunicação oficial das prisões e que "aguarda a distribuição do plantão", pois os bombeiros foram presos no fim de semana. Também não há, até agora, qualquer informação sobre pedidos de habeas-corpus.

Manifestação e invasão de quartel

Cerca de 2 mil bombeiros que protestavam por melhores salários invadiram o quartel dos Bombeiros, na praça da República, no último dia 3. Os manifestantes chegaram a usar mulheres como "escudo humano" para impedir a entrada da cavalaria da PM no local.

Durante o protesto, o comandante do Batalhão de Choque, coronel Waldir Soares Filho, ficou ferido na perna. "Agora a briga é com a PM", avisou o comandante-geral, Mário Sérgio Duarte, ao saber da agressão. Ele foi ao pátio da corporação com colete a prova de balas e bloqueou com carro a saída do QG e alertou que todos seriam presos se não deixassem o quartel.

No dia seguinte, o governo do Rio de Janeiro divulgou que 439 bombeiros foram presos por participação no protesto. Eles responderão pelos crimes de motim, dano ao aparelhamento militar (carros e mobiliário), dano a estabelecimento (quartel) e inutilização do meio destinado a salvamentos (impedir que carros saíssem para socorro). Dados oficiais apontam que os manifestantes danificaram viaturas, arrombaram portas do quartel e saquearam alimentos.

Os protestos de guarda-vidas começaram em maio, com greve que durou 17 dias e levou cinco militares à prisão. A paralisação acabou sendo revogada pela Justiça. Os bombeiros alegavam não ter recebido contraproposta do Estado sobre a reivindicação de aumento do piso mínimo para R$ 2 mil. Segundo ele, os profissionais recebem cerca de R$ 950 por mês.

Agência Brasil

Colaborou com esta notícia o internauta José Carlos Pereira de Carvalho, do Rio de Janeiro (RJ), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

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