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Polícia

Boate Kiss: promotoria pede absolvição de 5 bombeiros

Oito militares são julgados por irregularidades na emissão dos alvarás; promotor diz que bombeiros foram induzidos a erro

3 jun 2015 - 11h53
(atualizado às 11h57)
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A promotoria pediu a absolvição dos cinco bombeiros que são julgados nesta quarta-feira na Justiça Militar, em Santa Maria, no processo sobre a responsabilidade da corporação no incêndio da Boate Kiss, que deixou 242 mortos, em janeiro de 2013.

Foto: Divulgação / Tribunal da Justiça Militar

De acordo com o promotor Joel Dutra, os dois sargentos e três soldados foram induzidos ao erro. Eles são julgados porque não recomendaram a instalação de uma central de gás na boate.

Na terça-feira ocorreu o julgamento de três oficiais acusados de atestar que a boate estava apta a funcionar de acordo com as normas legais, apesar de vários itens de segurança não terem sido obedecidos.

Foto: Divulgação / Tribunal da Justiça Militar

No final do dia de hoje, um conselho formado por militares faz uma votação e a juíza determina a sentença dos oito bombeiros que estão sendo julgados. A decisão deve ser publicada em até oito dias, e os acusados podem recorrer para instâncias superiores do judicial.

No entanto, este processo apura apenas a responsabilidade dos bombeiros no cumprimento de normas administrativas. O processo civil, no qual quatro acusados são processados pela morte de 242 pessoas, ainda está na fase de interrogatório de testemunhas, e não tem prazo para ser julgado.

Na terça-feira foram julgados o tenente coronel Moisés da Silva Fuchs, que era o comandante do 4º Comando Regional de Bombeiros (4ºCRB) na época da tragédia, além do tenente coronel Daniel da Silva Adriano, e o capitão Alex da Rocha Camilo, que era chefe da seção de prevenção de incêndio do 4º CRB.

Eles teriam sido responsáveis por informações falsas em documentos que permitiram a emissão do alvará de funcionamento da Boate Kiss. O documento era emitido por meio do sistema Integrado de Gestão de Prevenção conta Incêndio (SIGPI), um software, que ignorava itens exigidos por lei na emissão do alvará.

Por conta disso, o Ministério Público considera que todos os alvarás emitidos desde dezembro de 2007, quando foi implantada a ferramenta, são falsos.

De acordo com a denúncia, Fuchs e Adriano atestaram que o alvará foi emitido, em 2009, “de acordo com a legislação vigente”, mesmo sabendo que não obedecia as lei municipal e estadual.

Fuchs e Camilo seriam ainda os responsáveis pela emissão um novo alvará em agosto de 2011 sem exigirem o certificado de treinamento de pessoal.

O ex-comandante responde ainda por prevaricação por ter deixado de instaurar um processo disciplinar do sargento Roberto Flávio da Silveira e Souza, proprietário da empresa privada Hidramix que instalava equipamentos de segurança. A empresa instalou as barras de segurança nas portas da Kiss.

Já os demais acusados julgados hoje, os sargentos Renan Severo Berleze e Sergio Oliveira de Andrades e os soldados Gilson Martins Dias, Marcos Vinicius Lopes Bastile e Vagner Guimarães Coelho foram denunciado por não realizarem as inspeções na boate de forma correta em 2011. Eles verificaram a necessidade da troca de mangueiras de gás, mas não mencionaram a necessidade da instalação de uma central de gás.

A promotoria pediu a absolvição por considerar que eles foram induzidos ao erro. 

Fonte: Terra
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