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Polícia

Beltrame: ocupação da Rocinha será na madrugada de domingo

11 nov 2011 - 18h12
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O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, anunciou nesta sexta-feira que a operação de ocupação da favela da Rocinha, na zona sul da cidade, vai começar na madrugada de domingo. A comunidade está cercada pela polícia desde terça-feira. Na madrugada de quinta-feira, o chefe do tráfico de drogas da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi preso enquanto tentava fugir do morro.

Policiais do Batalhão de Choque realizaram na manhã desta sexta-feira uma operação na Favela da Rocinha no Rio de Janeiro, onde será instalada a 19ª Unidade de Polícia Pacificadora
Policiais do Batalhão de Choque realizaram na manhã desta sexta-feira uma operação na Favela da Rocinha no Rio de Janeiro, onde será instalada a 19ª Unidade de Polícia Pacificadora
Foto: Guto Maia / Futura Press

Veja o raio x da guerra contra o tráfico no Rio de Janeiro

A ação de retomada de território vai contar com apoio de forças federais, nos moldes do que ocorreu na reconquista do Complexo do Alemão, no final de novembro do ano passado. Beltrame pediu a colaboração dos moradores durante o trabalho dos policiais.

Vamos implantar definitivamente a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha na madrugada de domingo", disse Beltrame. "A operação está muito bem delineada. Vários aspectos foram abordados, principalmente a segurança da população, em uma operação que vai preconizar a vida das pessoas. Vamos fazer o possível para que não haja trauma algum."

A prisão de Nem
O chefe do tráfico da favela da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi preso pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar no início da madrugada de 10 de novembro. Um dos líderes mais importantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), ele estava escondido no porta-malas de um carro parado em uma blitz por estar com a suspensão baixa, em uma das saídas da maior favela da América Latina -, que havia sido cercada por policiais na noite do dia 8 de novembro.

Desde o dia anterior, a polícia já investigava denúncias de um possível plano para retirar o traficante da Rocinha. Além de Nem, três homens estavam no carro. Um se identificou como cônsul do Congo, o outro como funcionário do cônsul, e um terceiro como advogado - a embaixada da República do Congo, entretanto, informou não ter consulados no Rio. Os PMs pediram para revistar o carro, mas o trio se negou, alegando imunidade diplomática. Os agentes decidiram, então, escoltar o veículo até a sede da Polícia Federal. No caminho, porém, os ocupantes pediram para parar o carro e ofereceram R$ 1 milhão para serem liberados. Neste momento, os PMs abriram o porta-malas e encontraram Nem, que se escondia com R$ 59,9 mil e 50,5 mil euros em dinheiro.

Nem estava no comando do tráfico da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, junto de João Rafael da Silva, o Joca, desde outubro de 2005, quando substituiu o traficante Bem-te-vi, que foi morto. Com 35 anos, dez de crime e cinco como o chefe das bocas de fumo mais rentáveis da cidade, ele tinha nove mandados de prisão por tráfico de drogas, homicídio e lavagem de dinheiro. Nem possuía um arsenal de pelo menos 150 fuzis, adquiridos por meio da venda de maconha, cocaína e ecstasy, sendo a última a única droga consumida por ele. Com isso, movimentaria cerca de R$ 3 milhões por mês, graças à existência de refinarias de cocaína dentro da favela.

Agência Brasil Agência Brasil
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