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Polícia

BA: advogados tentam pedido de relaxamento de prisão de grevistas

6 fev 2012 - 11h52
(atualizado às 13h26)
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Advogados da Associação dos Policiais do estado da Bahia (Aspol), uma das entidades que apoiam a greve da Polícia Militar baiana, tentam entrar com pedidos de relaxamento de prisão para os 12 líderes da paralisação que tiveram mandado expedido pela Justiça. Apenas um dos policiais foi preso, os outros onze estariam no prédio da Assembleia Legislativa ocupado pelos grevistas desde o início do movimento.

Policiais continuam ocupando a Assembleia Legislativa em Salvador
Policiais continuam ocupando a Assembleia Legislativa em Salvador
Foto: Lúcio Távora/A Tarde / Futura Press

Conforme o sargento José Lourenço Dias, um dos diretores da Aspol, os advogados da entidade não estão conseguindo saber qual juiz expediu os mandados para poder impetrar os pedidos de relaxamento. "Estão cerceando nosso direito de defesa, o que é um absurdo", reclamou Dias. Um ato foi marcado para 15h dessa segunda na Associação dos Funcionários Públicos da Bahia por sindicatos e entidades que apoiam a greve, com a intenção de pedir ao governo baiano que reabra as negociações com os grevistas.

Devem participar da assembleia, dirigentes da Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (que congrega os sindicatos de servidores estaduais), a Aspol, outras associações de PMs e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

A greve

A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. O número de homicídios dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. A ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.

Em todo o Estado, eventos e shows foram cancelados. A volta às aulas de estudantes de escolas públicas e particulares, que estava marcada para 6 de fevereiro, foi prejudicada. Apenas os alunos da rede pública estadual iniciaram o ano letivo. As instituições particulares decidiram adiar o retorno dos estudantes.

Para reforçar a segurança, a Bahia solicitou o apoio do governo federal. Cerca de três mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. As tropas ocupam bairros da capital e monitoram portos e aeroportos.

Os PMs amotinados estão acampados no prédio da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), na avenida Paralela, em Salvador. O presidente da AL, deputado Marcelo Nilo (PSDB), solicitou apoio ao general da 6ª Região, Gonçalves Dias, comandante das forças de segurança que estão atuando na Bahia, para a retirada dos grevistas do edifício, que chegou a ser cercado por 600 homens do Exército e teve as luzes desligadas.

Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), que comanda o movimento, suspenda a greve. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos. Cerca de 40 homens do Comando de Operações Táticas, a tropa de elite da Polícia Federal (PF), foram destacados para cumprir as decisões judiciais.

A categoria reivindica a criação de um plano de carreira, pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.

Fonte: Agência A Tarde
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