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Polícia

Atirador atingiu o coração do Brasil, diz parente de vítima

8 abr 2011 - 14h07
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Laryssa Borges
Direto do Rio de Janeiro

Em meio à multidão, a estudante Camila grita pela volta da irmã, Laryssa Silva Martins, a primeira vítima do atirador da escola de Realengo, no Rio de Janeiro, a ser enterrada nesta sexta-feira no cemitério de Murundu, na zona oeste da capital fluminense. Amparada por psicólogos e paramédicos, que acompanham o velório das vítimas da escola Tasso da Silveira, Camila era aconselhada a "dar força aos pais". Noeli, a mãe da vítima, passou mal e foi levada ao hospital. Mônica, a tia, também teve queda de pressão e foi socorrida.

Veja localização de escola invadida por atirador

Veja como foi o ataque aos alunos em Realengo

Durante o cortejo, acompanhado por centenas de crianças, alunos e integrantes da comunidade, helicópteros jogavam pétalas de rosas em homenagem às vítimas.

O mecânico Edvaldo Aquino, pai da estudante de 13 anos, relembra que Laryssa era uma adolescente tranquila, que gostava de estudar e que, como marinheira, sonhava em dar estabilidade financeira aos pais para que eles pudessem deixar, no futuro, de complementar a renda com a venda de salgados para fora.

Padrinho de Laryssa, o motorista de ônibus Gerson Silva providenciou o atestado de óbito da menina e resumiu o sentimento da família: "um tiro desse miserável atingiu o coração do País".

"Foi um crime isolado cometido por um insano, um psicopata. As pessoas não podem sair aí matando inocentes", disse.

Atentado

Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e se suicidou logo após o atentado. Segundo a polícia, o atirador portava duas armas e utilizava pelo menos 10 dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.

Wellington atirou em duas pessoas ainda fora da escola e entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão de Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.

Fonte: Terra
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