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Polícia

Arsenal do tráfico apreendido no Rio valeria R$ 1 milhão

30 out 2009 - 03h14
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Quando partiram para a favela de Acari, na manhã dessa quinta-feira, 50 agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) tinham informações de que um grande paiol de armas do tráfico funcionava em uma fábrica de leite abandonada, ao lado da comunidade. Ao chegarem ao local, sem disparar nenhum tiro, os policiais se surpreenderam com o poderio bélico dos bandidos: um arsenal avaliado em R$ 1 milhão.

Em vários locais do prédio de três andares, os policiais encontraram um lança-rojão, quatro fuzis, duas submetralhadoras, cinco pistolas, 15 granadas, dez carregadores e cerca de 5 mil cápsulas de vários calibre. Além do armamento, o que mais chamou a atenção dos agentes foram os uniformes dos criminosos: dezenas de calças, casacos, coletes e coturnos pretos - roupas que podem ser confundidas com as das unidades de elite da polícia, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).

No esconderijo, havia ainda nove toucas ninja, radiotransmissores, fogos e um taco de golfe, que seria usado para tortura de desafetos. A surpresa com o tamanho do arsenal fez o delegado Deoclécio Francisco de Assis Filho, titular da DRFC, gritar: "fizemos um bingão".

O lança-rojão, de uso restrito das Forças Armadas, foi encontrado com numeração raspada dentro de uma caixa de madeira. Todo o armamento será encaminhado para a Delegacia de Fiscalização a Armas e Explosivos (Dfae) investigar sua origem. Depois de ser desativada, há seis anos, a fábrica de leite foi invadida por moradores da Favela de Acari e passou a fazer parte do 'território' dos traficantes da comunidade. De lá, eles possuem uma visão privilegiada da região.

Menos assaltos no Rio em setembro

Pelo segundo mês consecutivo, o roubo a pedestres caiu no Estado, de acordo os índices de criminalidade do Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgados ontem. Em setembro, foram registrados 5.354 casos, 271 vítimas a menos do que o mesmo mês de 2008, quando houve 5.625 ataques - uma redução de 4,8%. O número de roubo de veículo diminuiu 25,1% ou 580 casos menos.

Já os casos de auto de resistência (mortes em confronto com a polícia) aumentaram 32,3%, o que corresponde a mais 20 vítimas. Em setembro de 2008, houve 62 casos, contra 82 no mês passado.

Para a socióloga Julita Lemgruber, diretora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, os números deixam clara a política de segurança adotada pelo governo.

"Há uma clara opção pela política do confronto que mata bandidos, mas também policiais e inocentes. E esses números vão aumentar ainda mais no mês que vem por causa da guerra do Morro dos Macacos", analisa Julita. Segundo ela, para cada morto no Rio em auto de resistência, a polícia prende 265 pessoas enquanto em São Paulo esse número é de 1.851 presos para um morto. "A polícia do Rio mata mais que prende", conclui ela.

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