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Polícia

Armas entrariam no Brasil por 17 pontos na fronteira

27 out 2009 - 09h14
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A Polícia Federal (PF) identificou 17 pontos pelos quais armas ilegais entram no Brasil, inclusive aquelas utilizadas por criminosos, como metralhadoras antiaéreas - capazes de derrubar um helicóptero. O armamento percorreria 2,5 mil km em rodovias no País, desde a fronteira até as favelas do Rio de Janeiro. Os principais pontos de entrada seriam a partir da Bolívia e do Paraguai, mas também envolveria Peru, Argentina e Uruguai. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Policiais trocam tiros com traficantes na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro
Policiais trocam tiros com traficantes na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro
Foto: AFP

As rotas do tráfico de armas teriam passado a ser as mesmas do tráfico de drogas nos últimos anos. Segundo o jornal, entre elas, as mais conhecidas são a cidade de Corumbá (MS), com entrada de barco pela Bolívia; Foz do Iguaçu e Guaíra (PR), entrando pelo Paraguai; Rondônia, pela Bolívia.

A reportagem afirma também que dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) indicam que, de janeiro de 2007 a agosto deste ano, 754 fuzis, metralhadoras e submetralhadoras, entre elas 39 antiaéreas, foram apreendidas pela polícia do Rio de Janeiro. Esse armamento pesado representariam 3% das apreendidas no Rio. Desde 2000, foram apreendidas 3,5 mil armas.

Ainda de acordo com o jornal, as armas pesadas começaram a chegar no Rio de Janeiro na década de 80, com a venda de cocaína nos morros. Em 1995, a polícia começou a comprar fuzis e, nos últimos dois anos, gastou R$ 27,5 milhões na compra de armas, aeronaves e cabines blindadas.

A Folha afirma que as armas chegam em carros de passeio, caminhonetes e ônibus de linhas regulares. A pessoa que conduz a carga levaria até 10 armas, que ficariam escondidas em compartimentos do veículo.

Segundo a reportagem, um grampo da Polícia Civil mostra Antônio Gonçalves, o Toni, negociando a compra de 10 fuzis e 10 pistolas a US$ 86 mil (R$ 147 mil) de um homem na Bolívia. O armamento seria entregue à facção criminosa fluminense Comando Vermelho por cerca de R$ 500 mil. O suposto traficante de drogas ainda teria revendido aos criminosos uma metralhadora .30 por R$ 60 mil.

A rota de Toni passaria pelas cidades de Corumbá (MS), Campo Grande (MS), Caldas Novas (GO) e Uberlândia (MG), até chegar ao Rio de Janeiro - percorrendo 2,5 mil km até o complexo de favelas do Alemão, na zona norte da cidade.

"Temos 16 mil km de fronteira seca. A questão geográfica é um complicador. O tráfico de armas é 'formiguinha', aos poucos", disse ao jornal Rafael Floriani, delegado da Divisão de Repressão ao Tráfico de Armas da Polícia Federal.

Ainda de acordo com a reportagem, policiais e pesquisadores indicam que traficantes se armam principalmente para se defender de ataques de facções rivais. O armamento seria trocado entre chefes do tráfico e quem perder um fuzil pode ser morto. O Complexo do Alemão, reduto do Comando Vermelho, contaria hoje com 60 fuzis.

Fonte: Terra
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