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Polícia

Após prisão, MP investiga rede de auxílio a Abdelmassih

Médico, que estava foragido desde 2011 e foi preso no Paraguai, agora é suspeito de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro

19 ago 2014 - 19h13
(atualizado em 5/12/2018 às 16h25)
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<p>Roger Abdelmassih foi preso na tarde desta terça-feira, 19, em Assunção, no Paraguai</p>
Roger Abdelmassih foi preso na tarde desta terça-feira, 19, em Assunção, no Paraguai
Foto: Senad-Paraguai / Divulgação

Com a prisão do médico Roger Abdelmassih na tarde desta terça-feira em Assunção, no Paraguai, o Ministério Público de São Paulo agora investiga uma rede de pessoas que teriam auxiliado a fuga daquele que já foi considerado um dos maiores especialistas em reprodução assistida do País. Abdelmassih, que foi condenado em 2010 a 278 anos de prisão por 56 estupros e atentado violento ao pudor, estava foragido desde 2011.

A suspeita do MP é que, para que o médico e sua família tivessem condições financeiras de se manter no exterior, foi necessária a formação de uma rede de favorecimento por meio da prática de outros crimes: falsidade ideológica, falsidade material e até lavagem de dinheiro.

De acordo com o procurador-geral de Justiça Márcio Fernando Elias Rosa, há cerca de 90 dias o MP recebeu a informação de que Abdelmassih estaria em Avaré, no interior paulista, em uma fazenda que já havia sido de sua propriedade. Depois disso, no dia 29 de maio, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, mas o médico não foi encontrado no local.

“Ao longo dessas investigações, e a partir daquele momento, nós conseguimos indicação segura de que ele estava fora do País, especificamente no Paraguai”, afirmou o procurador em entrevista coletiva no MP de São Paulo, nesta terça-feira.

Rosa, contudo, não informou a quantidade de pessoas investigadas, tampouco a identidade delas. Segundo ele, caso sejam familiares de Abdelmassih, essas pessoas poderão se beneficiar de uma espécie de "perdão judicial". "Em regra, são pessoas próximas, algumas inclusive que podem ser beneficiadas com escusa absolutória em razão do parentesco. Mas é possível que existam terceiros que tenham atuado em benefício do Roger", afirmou Rosa.

Para o promotor Luiz Henrique Cardoso Dal Poz, que está no caso desde o início das investigações, a prisão de Abdelmassih “fecha um ciclo”. “O Estado tem a obrigação de cumprir a lei, que estava sendo desrespeitada com a fuga. Então todas as instituições se uniram (MP, Polícia Federal e Polícia Civil) e com um trabalho dedicado nós conseguimos agora cumprir com essa missão de que ele passe a resgatar a pena”, disse. “É a sensação do dever cumprido”, completou.

Roger Abdelmassih já está em Foz do Iguaçu (PR) e sua chegada em São Paulo está prevista para as 13h de quarta-feira, no Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital. Depois, ele será encaminhado para a realização de exame corpo de delito em uma unidade do Instituto Médico Legal e só então irá para a prisão. A expectativa é que ele volte à Penitenciária de Tremembé, unidade de segurança máxima no interior do Estado, onde chegou a ficar preso preventivamente.

Fonte: Terra
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