Após a morte de colegas, PMs de Cristo fazem oração em SP
O grupo Policiais Militares de Cristo de São Paulo, composto por oficiais e praças evangélicos de diversas denominações, promoveram um ato na tarde de quinta-feira em protesto às recentes mortes de colegas. Na cerimônia a história de Neemias - personagem bíblico que, segundo o Velho Testamento, ajudou na reconstrução das muralhas de Jerusalém, aumentando sua segurança - foi resgatada como metáfora para o momento atual, marcado por medo e pelos ataques contra PMs.
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Neste ano, 86 policiais militares foram assassinados - mais da metade em execuções. Em uma sala do quartel-general da corporação, policiais oraram de mãos dadas pedindo proteção para ter equilíbrio neste momento de tensão.
"A PM representa as muralhas da cidade e precisa ser reerguida. A oração pode ser um começo para esse resgate da segurança. Sem muro a cidade não funciona. Sem polícia, também não", afirmou o tenente-coronel Alexandre Marcondes Terra, vice-presidente dos PMs de Cristo e da Coordenadoria dos Conselhos de Segurança.
As orações dos PMs de Cristo representam o começo de uma campanha para que, nos próximos 52 dias, pessoas se comprometam a também orar pelos policiais de São Paulo nas dez regiões do interior, na capital e na Grande São Paulo. Segundo o coronel Terra, 52 dias é o mesmo período que Neemias levou para reerguer os muros de Jerusalém.
Para angariar simpatizantes à causa, os PMs de Cristo estão usando as redes sociais e a internet para organizar uma agenda com horários e dias em que fiéis de cada cidade do Estado podem orar. A intenção é ter pessoas rezando pela polícia 24 horas por dia ao longo de quase dois meses.
Reflexão
O coronel Terra diz que a tensão atual e a morte de PMs é a razão principal do esforço, no entanto, ressalta que pode servir também para os próprios oficias. "A oração também é para ajudar o policial militar a refletir como tem se portado como homem e profissional. Também devemos olhar para aqueles policiais que perderam os valores defendidos pela corporação", explica.
Terra afirma que ficou muito chocado com a morte de Joel Juvêncio da Silva, em 9 de setembro, na frente dos familiares, quando voltava de um culto evangélico na zona sul. "Pedimos os nomes dos PMs mortos para a corregedoria e queremos prestar auxílio à família."