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Polícia

AM: funcionários da prefeitura de Coari são presos por pedofilia

8 fev 2014 - 12h40
(atualizado às 17h29)
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A Polícia Civil do Amazonas confirmou a prisão de cinco funcionários da prefeitura de Coari, no Amazonas, por suspeita de envolvimento em uma rede de prostituição infantil que seria comandada pelo prefeito Manoel Adail Pinheiro (PRP), que continua foragido. Segundo a polícia foram presos Eduardo Jorge de Oliveira Alves, chefe de gabinete; Francisco Erimar Torres de Oliveira, secretário de Terras e Habitação; Alzenir Maia Cordeiro, funcionária pública; Anselmo do Nascimento Santos e Elias do Nascimento Santos, que trabalhariam diretamente com o prefeito.

Os presos foram transferidos, de avião, para a sede da Delegacia Geral de Polícia Civil, em Manaus.

Buscas em Manaus

Policiais civis da Força Especial de Resgate e Assalto (Fera) estão nas ruas de Manaus desde as 6h deste sábado à procura de Manoel Adail Pinheiro. Denúncia do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) acusa o prefeito pelos crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes, estupro de vulnerável e formação de quadrilha. 

Os detidos foram transferidos, de avião, para Manaus
Os detidos foram transferidos, de avião, para Manaus
Foto: Divulgação

Adail chegou ao final da noite de ontem à Manaus. Ele viajou em vôo fretado de Coari, a 363 quilômetros de Manaus, e desembarcou no terminal 2 do aeroporto internacional Eduardo Gomes, de onde saiu em carro com vidros escuros.

Proteção

Ontem, logo após a expedição do mandado de prisão contra o prefeito de Coari, o advogado de Adail Pinheiro entrou com um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Amazonas pedindo proteção para o réu. 

Segundo o pedido feito pelo advogado Alberto Simonetti Neto, que também é o atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Amazonas, quando foi preso em 2009 pela Operação Vorax, da Polícia Federal, Adail sofreu ameaças e, por isso, ele não poderia ficar detido em uma unidade prisional comum. 

O prefeito de Coari, Manoel Adail Pinheiro, não possui nível superior, mesmo assim, quando foi preso pela primeira vez, a Justiça concedeu o direito de ele ficar em uma cela do Comando de Policiamento Especializado (CPE) da Polícia Militar, no bairro Dom Pedro, zona centro-oeste de Manaus.

Simonetti disse apenas que o cliente dele está em lugar incerto, aguardando que os magistrados do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM)  analisem o pedido para que ele fique em cela especial.

O prefeito é réu em pelo menos 70 processos que tramitam na Justiça do Amazonas. Apesar da gravidade de algumas das acusações, os processos estão parados à espera de julgamento, suscitando a hipótese de ele estar sendo beneficiado por juízes. Em 2006, a Polícia Federal passou a investigá-lo devido a indícios de desvio de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

As denúncias de pedofilia começaram a aparecer no decurso dessas investigações em escutas telefônicas judicialmente autorizadas. As investigações culminaram na chamada Operação Vorax, cujo relatório foi divulgado em 2008. Desse relatório resultou a prisão de Pinheiro, em 2009. Em agosto de 2013, Pinheiro chegou a prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, da Câmara dos Deputados.

Fonte: Especial para Terra
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