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Polícia

Aluna ferida não sabe que irmã gêmea morreu em ataque, diz mãe

8 abr 2011 - 15h12
(atualizado às 17h13)
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Laryssa Borges
Direto do Rio de Janeiro

Emocionada, a mãe de Bianca Rocha Tavares, Renata Tavares, ainda não havia contado na tarde desta sexta-feira para sua outra filha, Brenda, que a irmã gêmea foi uma das vítimas fatais do atirador Wellington Menezes de Oliveira. Ex-aluno da escola Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, Wellington, 24 anos, matou 10 meninas e dois meninos na instituição, manhã de quinta-feira, e deixou outros 18 feridos.

Imagens mostram frieza de assassino em escola de Realengo:

No velório de Bianca no cemitério Murundu, no bairro Padre Miguel, acompanhado por centenas de amigos e vizinhos, Renata foi amparada até o túmulo da filha. Com muletas, ela foi medicada e depois levada ao Hospital Albert Schweitzer, onde a outra filha, Brenda, que levou um tiro no pescoço, está internada.

"Bianca era estudiosa, divertida, tímida e adorava andar de bicicleta", disse Kécia Travassos, vizinha da vítima. Ex-aluna da escola onde houve o massacre, Kécia lembra que sua irmã estuda na mesma sala de Bianca, enterrada hoje. A salvação da vida da irmã, relatou, só foi possível pelo fato de ela estudar no período da tarde.

Revoltados, vizinhos e amigos da família de Bianca chegaram a defender, durante o velório da menina, que o atirador fosse enterrado como indigente. "É um monstro que premeditou tudo", afirmou o motorista aposentado e vizinho Nelson do Amaral.

Segundo uma fonte do Instituto Médico Legal (IML), se a família de Wellington não se apresentar no local, o atirador pode ser enterrado como indigente. "Nenhum corpo pode ficar sem sepultamento depois de 15 dias de sua entrada no IML", afirmou.

Luciana dos Santos, também vizinha da vítima, disse que suas filhas - uma que estuda e outra que já estudou na escola Tasso da Silveira - estão profundamente abaladas com o massacre de quinta-feira. Ela decidiu que a filha caçula será transferida de escola. "Minha filha estuda lá, é um trauma. Ela está profundamente abalada", disse.

Atentado

Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e, segundo a polícia, se suicidou logo após o atentado. O atirador portava duas armas e utilizava dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.

Wellington entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola quando foi acionado. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão de Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.

Fonte: Terra
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