AL: quadrilha que fraudou INSS usou a mesma foto para 22 'beneficiados'
A Polícia Federal fez uma operação na manhã desta quarta-feira contra uma quadrilha suspeita de ter desviado R$ 30 milhões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Estado de Alagoas. O grupo usava laranjas para criar cadastros falsos na Previdência Social, e chegou a usar a mesma foto para 22 "beneficiados". O fato inusitado inspirou a PF a batizar a investigação de Operação Matrix, em referência ao filme Matrix, de 1999, e ao personagem Agente Smith.
Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e oito de condução coercitiva em Maceió e em Santana do Ipanema, a 210 quilômetros da capital alagoana. Seis servidores públicos foram afastados de suas funções.
De acordo com a PF, a fraude iniciava quando aliciadores providenciavam documentos falsos para um laranja, geralmente um idoso. Em seguida, o aliciador encaminhava cópias desses documentos para a Agência da Previdência Social (APS) Monte Máquinas, em Maceió, junto do requerimento de benefício assistencial.
O servidor do INSS envolvido no esquema criava um Número de Identificação do Trabalhador (NIT) para o laranja e dava entrada no pedido de amparo social (LOAS-Idoso). O servidor responsável pela fraude agendava uma data para que o laranja fosse atendido na APS.
O benefício era deferido antes da data agendada, sem que fossem observados os trâmites exigidos pelo normativo interno do INSS. Segundo a PF, há elementos que comprovam que a fraude tenha ocorrido também na APS de Santana do Ipanema.
Segundo relatos, os servidores do INSS cobravam em média R$ 150 por benefício concedido. A PF acredita que os aliciadores tinham os maiores lucros, pois ficaram com os cartões de saque.
Cinco funcionários da APS Monte Máquinas e uma servidora da APS de Santana do Ipanema são investigados, além de supostos aliciadores e responsáveis pela falsificação dos documentos. Um dos aliciadores é ex-funcionário público, que foi demitido da Receita Federal.
Os investigados serão indiciados por estelionato contra a Previdência Social, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistema de informação, corrupção ativa e passiva, entre outros, de acordo com a participação de cada um na fraude.