Adolescente apreendido por desacato acusa PMs de UPP de agressão no RJ
O comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da favela do Vidigal, na zona sul do Rio de Janeiro, abriu procedimento interno para apurar a denúncia de um adolescente de 16 anos que diz ter sido agredido por policiais durante uma abordagem na noite de terça-feira. O caso foi registrado na 15ª DP (Gávea) como resistência, desacato e desobediência, mas o jovem acusa os PMs de terem agido com truculência.
A abordagem ocorreu por volta das 21h30, durante patrulhamento de rotina na avenida Presidente João Goulart, principal via de acesso ao morro do Vidigal. No local, segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora, os policiais encontraram "três jovens em atitude suspeita e solicitaram que fosse feita revista". Ainda de acordo com a Coordenadoria, um dos jovens fugiu correndo, e os outros dois permaneceram no local. Os policiais afirmam que o adolescente que fez a denúncia se recusou a ser revistado e desacatou os policiais.
Porém, em entrevista ao Bom Dia RJ, da TV Globo, o adolescente deu outra versão. "Ele abordou e não deu nem boa noite. Aí eu falei que já tinha sido abordado e falei do meu direito de ir e vir. Mas ele me 'bandou' e 'começou' as agressões", disse o jovem, exibindo marcas no pescoço e no rosto.
Os policiais alegam que as marcas são resultado de agressões cometidas pela mãe do adolescente, Érica do Nascimento Pacheco, que acompanhou a ocorrência. "De acordo com os policiais da UPP, Érica estava muito nervosa e chegou a bater no filho", diz a Corregedoria em nota.
O adolescente já havia sido apreendido por policiais da UPP no dia 27 de março. Na ocasião, ele foi flagrado portando drogas e também resistiu à abordagem, segundo a Corregedoria. A ocorrência foi registrada como posse e uso de entorpecente, e o jovem foi liberado.
