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Polícia

Acusados de matar juíza participam de audiência no Rio por outro crime

14 out 2011 - 20h32
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Seis dos 11 indiciados pelo assassinato da juíza Patrícia Acioli participaram de audiência de instrução e julgamento nesta sexta-feira na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo (RJ). Carlos Adílio Maciel Santos, Sammy dos Santos Quintanilha, Alex Ribeiro Pereira, Charles de Azevedo Tavares, Jovanis Falcão Junior e Daniel Benitez Lopez também são acusados de homicídio qualificado e fraude processual no caso envolvendo a morte de um jovem de 18 anos.

Missa em homenagem à juíza Patrícia Accio ocorreu na igreja do Carmo, centro do Rio de Janeiro
Missa em homenagem à juíza Patrícia Accio ocorreu na igreja do Carmo, centro do Rio de Janeiro
Foto: Alessandro Buzas / Futura Press

Os réus teriam tentado forjar um auto de resistência depois de executar Diego da Conceição de Beline durante uma incursão, em junho, no morro do Salgueiro, em São Gonçalo. A juíza era a responsável pelo processo e decretou a prisão preventiva dos seis PMs, além de Jeferson de Araújo Miranda e Sérgio Costa Junior (cujos processos foram desmembrados), em 11 de agosto - mesmo dia em que foi assassinada.

Durante a manhã, foram ouvidas três testemunhas de acusação. O primeiro foi o delegado Cláudio Moreira Santos, que estava de plantão no dia do crime e esteve no local algumas horas depois da morte da vítima. Ele afirmou que não participou da investigação realizada pela 72ª DP. Depois, o perito criminal Celso Boechat, que fez a necropsia do corpo, afirmou que a bala entrou pela parte lateral superior do braço esquerdo da vítima e passou pelo abdômen em direção a quinta vértebra lombar.

O inspetor de polícia Ricardo Moreira, que acompanhou as investigações do caso, foi a terceira testemunha a depor. Segundo ele, a versão dos fatos relatada por Carlos e Sammy contradiz sua experiência como policial, pois eles não conseguiriam enfrentar sozinhos um grupo armado de quatro ou cinco traficantes. "A versão de Carlos, além de conflitar com a das testemunhas, não encontra coerência lógica", afirmou. O inspetor ainda disse que, segundo as testemunhas presentes no local do crime, os PMs já chegaram à comunidade atirando.

À tarde, foram ouvidas outras duas testemunhas de acusação que estão sob proteção judicial. Uma afirmou que Diego não era bandido e que havia se alistado no Exército, com data marcada para se apresentar. Ela também afirmou que ele trabalhava como ambulante, estava desarmado e sem camisa quando foi morto. A audiência terminou por volta das 16h. A próxima foi marcada para 7 de novembro, às 14h.

Juíza estava em "lista negra" de criminosos

A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados mais de 20 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.

Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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