Acusado de espionagem contra Daniel Dantas é condenado na Itália
Ex-presidente da Telecom Italia Marco Tronchetti Provera foi condenado a 20 meses de prisão
O ex-presidente da Telecom Italia Marco Tronchetti Provera foi condenado a 20 meses de prisão pela Justiça de Milão por espionagem de dados de um computador em uma disputa que travou com o banqueiro Daniel Dantas pelo controle da Brasil Telecom. Atual presidente da Pirelli, Proverra também terá de pagar 900 mil euros (R$ 2,6 milhões) para a Telecom Italia sob acusação de ter maculado a reputação da companhia. A espionagem teria ocorrido entre 2003 e 2006. "Fui condenado por ter entregue aqueles que nos espionavam. Vou recorrer e tenho certeza de que a verdade vai aparecer", disse em nota. As informações foram publicadas no jornal Folha de São Paulo.
Alvo de duas operações da Polícia Federal, Dantas chegou a ser preso e é considerado vítima de espionagem pela Justiça italiana desde 2009. Ele é acusado de lavagem de dinheiro no Reino Unido e nos Estados Unidos, através de um fundo de investimentos. Além disso, o banqueiro foi condenado a 10 anos de prisão pela tentativa de suborno a um delegado durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal, realizada contra crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal. Ele teria oferecido US$ 1 milhão para que seu nome e o de membros do Opportunity fossem retirados do inquérito. Em 2011, no entanto, a pena foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça.
Oppurtunity nega
De acordo com a assessoria do banco Opportuny, "Daniel Dantas não é e nunca foi 'acusado de lavagem de dinheiro no Reino Unido e nos Estados Unidos, através de um fundo de investimentos'. Não há, portanto, investigações ou processos conduzidos por autoridades dessas jurisdições". Em carta ao Terra, a Comunicação do grupo alega que "Dantas foi vítima de ilegalidades de uma investigação policial encomendada e orientada por interesses privados".
Para o banco, a Operação Satiagraha "foi uma fraude armada para atender a interesses privados e políticos". A carta afirma que "nunca houve flagrante de oferta de suborno como quis fazer parecer imagens editadas".