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Polícia

AC: sobrinho de governador tem regalias na prisão, dizem agentes

Presos da operação G-7 estariam recebendo visitas e até planejando um churrasco para o Dia das Mães

11 mai 2013 - 15h06
(atualizado às 15h14)
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Agentes penitenciários e familiares de outras pessoas presas na Unidade Prisional Papuda denunciam que os 15 acusados de integrar esquema de fraudes em licitações e desvios de verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) estariam contando com uma série de regalias. A unidade abriga os presos provisórios e em regime semiaberto.

Os presos recém-chegados têm direito a visita somente 10 dias após a entrada, cumprindo o chamado regime corretivo. Desde o fim da tarde desta sexta-feira, porém, a movimentação de amigos, membros do governo e parentes do grupo preso pela Polícia Federal é intensa. Estariam entrando equipamentos como ventiladores e aparelhos de televisão, além de alimentos.

Entre os presos está o sobrinho do governador Tião Viana (PT), Tiago Paiva. Ele é acusado pela polícia de ser beneficiário de esquema de desvio de verbas do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele é o diretor de Análise Clínica da Secretaria Estadual de Saúde.

Segundo informações obtidas pela reportagem, até um churrasco a base de picanha estaria sendo programado para este domingo, no Dia das Mães. Familiares de presos “comuns” da Papuda denunciam que estas regalias não são oferecidas. Segundo eles, o acesso ao interior do presídio só ocorre nos dias programados para as visitas.

Procurado para falar sobre o assunto, o diretor do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), Dirceu Augusto, disse desconhecer tais benefícios aos presos na Operação G7. Ele admitiu, porém, que algumas exceções são quebradas a depender do tipo de preso. “Há presos e há presos”, declara ele.

“Eu não posso tratar um jornalista preso da mesma forma que um traficante. Algumas particularidades precisam ser levadas em conta. Em alguns casos a emoção supera a razão, quando você tem um familiar aflito e querendo ver quem está preso”, afirma ele.     

O diretor informou que as mesmas queixas de regalias ocorreram quando da prisão de Assuero Veronez, vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), acusado de contratar os serviços de quadrilha especializada em exploração sexual de menor. Dirceu afirmou que vai se informar para saber se houve “movimentação atípica” para os detidos da G7. 

Fonte: Especial para Terra
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