A cada 3 vítimas de assassinato, 2 são negros, diz estudo do Ipea
Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada nesta quinta-feira apontou que, a cada três assassinatos no País, dois são contra negros. A probabilidade de o negro ser vítima de homicídio no Brasil é 8% maior do que o branco - inclusive em grupos com escolaridade e características socioeconômicas semelhantes. O diretor do Ipea, Daniel Cerqueira, apresentou os dados no lançamento da 4ª edição do Boletim de Análise Político-Institucional (Bapi).
Segundo o estudo, somando-se a população residente nos 226 municípios brasileiros que têm mais de 100 mil habitantes, calcula-se que a possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior em comparação com os brancos.
A pesquisa também aponta que negros são maiores vítimas de agressão por parte de policiais do que brancos. A Pesquisa Nacional de Vitimização mostra que 6,5% dos negros que sofreram uma agressão no ano anterior à coleta dos dados pelo IBGE, em 2010, tiveram como agressores policiais ou seguranças privados (que muitas vezes são policiais trabalhando nos horários de folga), contra 3,7% dos brancos.