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Polícia

'Prisão de FB é questão de tempo', diz Polícia Civil do Rio

29 nov 2010 - 12h52
(atualizado às 12h58)
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Ronaldo Oliveira, diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada do Rio de Janeiro (DGPE), afirmou nesta segunda-feira que a prisão de Fabiano Atanásio da Silva, o FB, é questão de tempo. O traficante é acusado de envolvimento na queda do helicóptero da Polícia Militar no morro dos Macacos, há um ano.

O traficante estava escondido no Complexo do Alemão, mas não foi localizado pelas forças de segurança que atuaram na retomada do território. A polícia acredita também que o conjunto de favelas abrigava outros traficantes como Alexander Mendes da Silva, conhecido como Polegar. "Polegar controlava a Mangueira de lá (do Alemão). Ele era dono de dez casas no Alemão", afirmou o diretor do DGPE.

Ronaldo Oliveira afirmou também que as outras facções criminosas e milicianos também serão combatidos da mesma maneira que os bandidos do Alemão. Mas que a guerra no conjunto de favelas continua. "Tem muita coisa pela frente ainda, mas acho que ninguém tem condição de pensar em resistir", afirmou.

Para o diretor, a ocupação da Rocinha será feita no momento oportuno e sem conflito. "Não acredito que terá enfrentamento. Vamos ter a mesma vitória lá", completou.

Violência

Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer).

Cartas divulgadas pela imprensa na segunda-feira levantaram a hipótese de que o ataque teria sido orquestrado por líderes de facções criminosas que estão no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. O governo do Rio afirmou que há informações dos serviços de inteligência que levam a crer no plano de ataque, mas que não há nada confirmado.

Na terça, todo efetivo policial do Rio foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Ao longo da semana, Marinha, Exército e Polícia Federal passaram a integrar as forças de segurança para combater a onda de violência.

Desde o início dos ataques, o governo do Estado transferiu 18 presidiários acusados de liderar a onda de ataques para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. Os traficantes Marcinho VP, Elias Maluco e mais onze presidiários que estavam na penitenciária de Catanduvas foram transferidos para o Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia.

Na quinta-feira, 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entraram na vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Muitos traficantes fugiram para o Complexo do Alemão. O sábado foi marcado pelo cerco ao Complexo do Alemão. À tarde, venceu o prazo dado pela Polícia Militar para os traficantes se entregarem. Dentre os poucos que se apresentaram, está Diego Raimundo da Silva dos Santos, conhecido como Mister M, que foi convencido pela mãe e por pastores a se entregar. Na manhã de domingo, as forças efetuaram a ocupação do complexo.

Desde o início dos ataques, até a incursão no Complexo do Alemão, no domingo, 28, pelo menos 38 pessoas morreram em confrontos no Rio de Janeiro e 181 veículos foram incendiados.

Fonte: O Dia
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