'Não teremos mais uma Faixa de Gaza', diz Beltrame após ocupação
14 out2012 - 12h11
(atualizado às 15h09)
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Marcus Vinicius Pinto
Direto do Rio de Janeiro
No primeiro balanço após a operação de ocupação do Complexo de Manguinhos, o secretário de segurança do Estado, José Mariano Beltrame, se disse satisfeito com o resultado obtido até agora pelas forças de segurança. "Tivemos uma ocupação com tempo recorde e dentro da uma proposta de preservar a vida. Uma ação onde todos juntos vamos buscar levar a paz a essas pessoas, devolver o território e vias de transporte que o cidadão temia em passar. Se Deus quiser, a partir de hoje não teremos mais uma faixa de Gaza" disse Beltrame, em referência ao local da rua Leopoldo Bulhões, marcado pela violência do tráfico.
Para o secretário agora é importante que a população ajude a polícia denunciando esconderijo de armas e drogas, além do paradeiro de traficantes. "Através da ajuda da população é que fizemos prisões importantes nos últimos tempos", lembrou.
Sem um balanço numérico da operação sobre prisões e apreensões de armas e quipamentos, Beltrame disse que ainda não há nada para se comemorar e fez questão de ressaltar que o mais importante foi o trabalho de inteligência da polícia durante a operação e que os principais traficantes foragidos, entre eles Marcelo Piloto e o DG, estão sendo monitorados. "Bandido não é troféu da polícia. Prender bandidos, drogas e equipamentos é importante, mas devolver a qualidade de vida às pessoas que vivem nesse lugares é mais importante", disse o secretário.
O secretário de Segurança do Rio confirmou que os fugitivos estão sendo monitorados pela inteligência da polícia e não estranhou o fato de, até agora, ainda não ter sido feita nenhuma prisão nem apreensão importante (até o momento dois mandados de prisão foram cumpridos: um em Manguinhos e outro em Mandela). "Estamos fazendo um trabalho nessas comunidades há bastante tempo. Nos últimos 60 dias apreendemos 49 fuzis. O segredo de cada operação é trabalhar com inteligência, sabendo para onde os bandidos vão. Temos que procurar antecipar os movimentos desses marginais, que saem enfraquecidos desses locais" afirmou, ressaltando que segue considerando o fuzil o inimigo número 1 do Rio de Janeiro.
Beltrame confirmou que o Jacarezinho não será abandonado, mas que sua ocupação definitiva será uma segunda etapa desse processo iniciado neste domingo. "Vamos manter ocupação permanentes em Manguinhos, Mandela e Varginha. O Jacaré ocupado sistematicamente" confirmou, dizendo que a Polícia Civil vai ficar na comunidade até terça-feira e que depois disso, tanto a Polícia Civil e a Polícia Militar farão acções diárias na comunidade de forma sistemática.
Beltrame não soube informar quantos homens vão fazer parte da UPP de Manguinhos, mas que por enquanto, cerca de 400 agentes vão ocupar a região. "Vamos implantar a UPP de Manguinhos até janeiro. Ela e a do Jacarezinho vão ser instaladas em datas muito próximas", confirmou.
Para José Mariano Beltrame, o cenário muda a cada operação. No Complexo do Alemão foi um, na Rocinha foi outro e agora em Manguinhos outra. "Um trabalho feito com total integração e sem que nenhum tiro fosse disparado", disse o Capitão de Mar-e-Guerra, Jonatas Magalhães Porto, da Marinha. Para a chefe de Polícia civil, Martha Rocha, é importante ter a ajuda da população. "O trabalho não começou e se encerra hoje. Vamos continuar cruzando informações com as polícias", disse.
Policial patrulha escombros do Complexo de Manguinhos. A operação se iniciou pouco antes das 5h da manhã
Foto: AP
Morador passa por policiais durante ocupação no Jacarezinho
Foto: AP
Policial monta guarda durante a ocupação em Manguinhos
Foto: AP
Clientes de bar observam policial durante ocupação no Jacarezinho; não houve feridos na operação
Foto: AP
Policiais durante o trabalho de ocupação do Complexo de Manguinhos, para instalação de nova Unidade de Polícia Pacificadora (UPP)
Foto: AP
Policial patrulha escombros de residências em Manguinhos na operação conjunta envolvendo cerca de 2 mil policiais nas favelas de Manguinhos, Mandela, Varginha e Jacarezinho, região considerada uma das mais perigosas do Rio de Janeiro
Foto: AP
Policiais usaram maquinário pesado para ter acesso a certas áreas de Jacarezinho
Foto: Marino Azevedo / Divulgação
Barricadas foram feitas pelos traficantes para impedir o acesso dos policiais
Foto: Marino Azevedo / Divulgação
Com apoio de tanques, a operação de ocupação avançou para dentro da comunidade de Manguinhos
Foto: Felipe Dana / AP
Helicóptero sobrevoa Manguinhos, onde a Polícia Militar, acompanhada do Exército e da Polícia Civil realiza a ocupação para instalação de UPPs
Foto: Felipe Dana / AP
Policiais revistaram e verificaram a identidade de todos os que entraram e saíram dos complexos ocupados
Foto: Marino Azevedo / Divulgação
As operações de ocupação em Maguinhos e Jacarezinho contaram com o apoio das forças armadas, com contingente e tanques
Foto: Marino Azevedo / Divulgação
Visão aérea do complexo Jacarezinho, que passou por ocupação de forças policiais do Rio para instalação de uma UPP neste domingo
Foto: Marino Azevedo / Divulgação
O governador do Rio, Sergio Cabral, garantiu que o Estado não vai abandonar a comunidade do Jacarezinho após a ocupação
Foto: Marcus Vinícius Pinto / Terra
A operação no Rio foi articulada pelo governo, representado pelo governador Sergio Cabral e pelo secretário José Beltrame, além de representantes da marinha e de outras instituições de segurança
Foto: Carlos Magno / Divulgação
Na entrevista coletiva sobre a ocupação dos complexos Manguinhos e Jacarezinho, neste domingo, a inteligência e a integração na operação foram elogiadas
Foto: Marcus Vinícius Pinto / Terra
Durante a operação, usuários de crack foram retirados do complexo. Segundo a assistência social, 104 pessoas foram deslocadas
Foto: Prefeitura do Rio / Divulgação
Mais de mil homens entraram nas comunidades de Manguinhos, Jacarezinho, Mandela e Varginha, na zona norte do Rio, na operação de pacificação, que envolve integrantes das polícias Civil, Militar (PM), Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF), além de fuzileiros navais
Foto: Vladimir Platonow / Agência Brasil
Policial do BOPE carrega crianças em um triciclo após a ocupação dos complexos de Manguinhos e de Jacarezinho, no Rio. A operação instala uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na região
Foto: Marino Azevedo / Divulgação
O passeio no triciclo do BOPE com crianças da comunidade, para as autoridades, marca a aproximação da autoridade às pessoas que moram nos locais com UPPs
Foto: Marino Azevedo / Divulgação
O hasteamento da bandeira marcou a ocupação no complexo de favelas, realizado pela polícia, com apoio de outras forças de segurança, neste domingo, no Rio
Foto: Vladimir Platonow / Agência Brasil
Em meio à ocupação, dois galos brigam pelas ruas da favela enquanto os policiais entram na comunidade
Foto: Sergio Moraes / Reuters
Drogas foram apreendidas durante a ocupação em Jacarezinho e Manguinhos, após revistas a residências e locais com entulhos dentro do complexo
Foto: Ricardo Moraes / Reuters
Centenas de homens estiveram envolvidos na ocupação dos complexos de Manguinhos e Jacarezinho, no Rio de Janeiro. A operação contou com apoio da Marinha e de forças policiais
Foto: Felipe Dana / AP
Cabral cumprimentou o secretário de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame, pelo sucesso da Operação Manguinhos, que ocupa o Complexo de Manguinhos, na zona norte, e que engloba as favelas de Manguinhos, Jacarezinho, Mandela e Varginha
Foto: Marcus Vinicius Pinto / Terra
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, quer revitalizar a região do Complexo de Manguinhos, retomando indústrias e desapropriando terrenos para a construção de 9 mil moradias nos próximos anos
Foto: Marcus Vinicius Pinto / Terra
Mais de mil homens entraram nas comunidades de Manguinhos, Jacarezinho, Mandela e Varginha, na zona norte do Rio de Janeiro, na operação de pacificação que envolve integrantes das polícias Civil, Militar (PM), Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF), além de fuzileiros navais
Foto: Vladimir Platonow / Agência Brasil
Helicópteros da Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro sobrevoam as áreas das comunidades ocupadas
Foto: Vladimir Platonow / Agência Brasil
Jéferson de Souza Lopes, que presenciou a ocupação policial da favela de Manguinhos, sobrevive catando garrafas pet às margens do Rio Faria-Timbó
Foto: Vladimir Platonow / Agência Brasil
A costureira Rosimere Conceição Vitória reclama da falta d´água na Comunidade Agrícola, a mais pobre da região de Manguinhos, ocupada neste domingo
Foto: Vladimir Platonow / Agência Brasil
A ocupação dos conjuntos de favelas foi bem recebida pelos moradores, que pedem melhorias, como o líder comunitário Rogério Araújo da Silva, que denuncia a situação de extrema pobreza da comunidade
Foto: Vladimir Platonow / Agência Brasil
14 de outubro
Foto: Terra
Equipes da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) realizaram nesta segunda-feira uma ação para acolhimento de pessoas em situação de rua no entorno das comunidades do Complexo de Manguinhos e do Jacarezinho, ocupado ontem pela Marinha e PM
Foto: Luciana Barcellos/SMAS / Divulgação
Ação ocorreu um dia depois da ocupação das comunidades de Manguinhos e Jacarezinho por forças de segurança para a implantação de UPP
Foto: Luciana Barcellos/SMAS / Divulgação
Movimento de moradores e policiais em Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro (RJ), foi tranquilo nesta segunda-feira
Foto: Arion Marinho / Futura Press
Pontos de crack no complexo terão iluminação reforçada
Foto: Arion Marinho / Futura Press
Policiais buscam nesta segunda procurados e suspeitos, além de drogas, armas, motos e veículos roubados no complexo ocupado
Foto: Arion Marinho / Futura Press
Policiais percorrem a comunidade de Manguinhos fazendo vistorias e distribuindo panfletos informativos
Foto: Tânia Rego / Agência Brasil
Muros pichados, sujeira e falta de saneamento básico fazem parte do cotidiano no Complexo de Favelas de Manguinhos
Foto: Tânia Rego / Agência Brasil
Forças de segurança estão no complexo para instalação de UPP
Foto: Tânia Rego / Agência Brasil
Moradores recebem panfletos informativos dos policiais
Foto: Tânia Rego / Agência Brasil
Moradores saem às ruas um dia depois da ocupação
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
15 de outubro
Foto: Terra
Três dias após a ocupação por forças de segurança no complexo de Manguinhos, mais 18 usuários de crack foram recolhidas pela assistência social do Rio
Foto: Divulgação
Faixa com os dizeres "SOS Migrante Crack: Quem o Acolherá?", uma iniciativa da ONG Rio de Paz, é colocada em frente a comunidade do Jacarezinho
Foto: Katia Carvalho / Futura Press
Forças de segurança estão nos complexos de Manguinhos e Jacarezinho para instalação de UPPs
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Policial carrega moto apreendida durante operação na comunidade
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Homem caminha no local onde se concentravam os usuários de crack, recolhidos pela prefeitura do Rio
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradores passaram a conviver com a presença das forças policiais na comunidade