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Polícia detém dono de boate e dois membros de grupo musical após incêndio

28 jan 2013 - 13h52
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A polícia deteve nesta segunda-feira um dos proprietários da boate onde 231 pessoas morreram em um incêndio na madrugada de domingo, assim como dois integrantes do grupo musical que utilizou um sinalizador no palco, informou à AFP a polícia civil de Santa Maria.

Foram detidos temporariamente - por até cinco dias - o vocalista e outro membro da banda 'Gurizada Fandangueira', cujos nomes não foram divulgados, assim como um dos donos da boate Kiss, identificado pela imprensa como Elissandro Sphor, informou a policial Michele Vimmermann.

Outro dono da discoteca teve expedida ordem de prisão, mas ainda não foi localizado, informou à AFP o delegado da polícia civil Sandro Mainerz.

O incêndio na discoteca ocorreu durante a apresentação da banda. Alguns sobreviventes contaram que o vocalista acendeu um sinalizador, que produziu faíscas, dando início às chamas.

"Pensamos que a causa mais plausível do incêndio tenha sido o fogo pirotécnico usado pela banda, que teria soltado faíscas e incendiado o teto", disse o delegado.

Ele confirmou que a discoteca não tinha as licenças para operar em dia e estavam vencidas desde agosto do ano passado.

Também houve denúncias de que o extintor usado para apagar as faíscas a princípio não funcionou e que a discoteca não tinha as saídas de emergência necessárias. O delegado explicou que a saída de emergência desemboca no local de entrada e saída principal, onde se aglomeraram as pessoas, a enorme maioria das quais morreu asfixiada em meio ao tumulto.

A polícia tem um prazo de 30 dias para concluir as investigações. "Consideramos que este prazo é plausível", acrescentou o delegado, que explicou ainda que não há mais detenções previstas.

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, pediu esta segunda-feira uma "investigação exemplar que estabeleça as responsabilidades". O governador sugeriu inclusive que a tragédia leve a uma mudança na legislação do país para melhorar a segurança em estabelecimentos.

"A partir das lições desta tragédia, a promotoria poderá apresentar sugestões para melhorar a legislação vigente e que acontecimentos como este não se repitam", disse.

A discoteca informou, em um comunicado, que tudo estava em ordem. Um dos integrantes da banda também descartou sua culpa em declarações à imprensa.

O incêndio provocou a morte de 231 pessoas, em sua maioria jovens universitários, cujos enterros eram celebrados esta segunda-feira. Pelo menos cem pessoas continuavam hospitalizadas, 80 delas em estado grave.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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