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Piloto do voo 447 dormiu apenas 1 hora antes de tragédia

Relatório obtido pela revista Le Point revela também que co-pilotos estavam cansados

18 mar 2013 - 15h43
(atualizado às 16h07)
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Em 1º de junho de 2009, o painel do Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, mostrava o voo AF 447 como "atrasado"
Em 1º de junho de 2009, o painel do Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, mostrava o voo AF 447 como "atrasado"
Foto: Reuters

O capitão do voo AF 447 da Air France (Rio de Janeiro-Paris), que caiu no Oceano Atlântico em 31 de maio de 2009, matando 228 pessoas, teve apenas uma hora de sono antes de pilotar a aeronave, informou um relatório nesta segunda-feira, obtido pela revista Le Point. O documento, incriminador, aponta também que os co-pilotos estavam perigosamente cansados. As informações são do Daily Mail.

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Voo AF 447: três anos depois

Quando o Airbus A330 teve problemas durante uma tempestade tropical, os co-pilotos Pierre-Cedric Bonin e David Robert não conseguiram controlá-lo, e mesmo quando o capitão, Marc Dubois, voltou de um período de descanso, a tripulação estava em pânico e não sabia dizer qual era o problema. Uma análise detalhada de dois gravadores da caixa-preta concluiu que os sensores de velocidade tinha defeito - provavelmente porque congelaram.

Uma gravação de Dubois, porém, revela que ele disse: "eu não dormi o suficiente na noite passada. Uma hora não é suficiente". A revista afirma também que Dubois já estava reclamando de cansaço com menos de uma hora e meia de voo. Os pilotos haviam passado a noite anterior no Rio com suas esposas e namoradas. 

A autoridade de segurança da aviação francesa já lançou um relatório que está de acordo com um inquérito de 365 páginas, que diz que o "capitão havia falhado em suas funções" e "impediu o co-piloto de reagir adequadamente". Juízes franceses lançaram uma investigação criminal sobre a Air France e a Airbus por homicídio culposo. 

O acidente do AF 447
O voo AF 447 da Air France saiu do Rio de Janeiro com 228 pessoas a bordo no dia 31 de maio de 2009, às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília). Às 22h33 (horário de Brasília) o voo fez o último contato via rádio. A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). Depois disso, não houve mais qualquer tipo de contato e o avião desapareceu em meio ao oceano.

Os primeiros fragmentos dos destroços foram encontrados cerca de uma semana depois pelas equipes de busca do País. Naquela ocasião, foram resgatados apenas 50 corpos, sendo 20 deles de brasileiros. As caixas-pretas da aeronave só foram achadas em maio de 2011, em uma nova fase de buscas coordenada pelo Escritório de Investigações e Análises (BEA) da França, que localizou a 3,9 mil m no fundo do mar a maior parte da fuselagem do Airbus e corpos de passageiros em quantidade não informada.

Após o acidente, dados preliminares das investigações indicaram um congelamento das sondas Pitot, responsáveis pela medição da velocidade da aeronave, como principal hipótese para a causa do acidente. No final de maio de 2011, um relatório do BEA confirmou que os pilotos tiveram de lidar com indicações de velocidades incoerentes no painel da aeronave. Especialistas acreditam que a pane pode ter sido mal interpretada pelo sistema do Airbus e pela tripulação. O avião despencou a uma velocidade de 200 km/h, em uma queda que durou três minutos e meio. Em julho de 2009, a fabricante anunciou que recomendou às companhias aéreas que trocassem pelo menos dois dos três sensores - até então feitos pela francesa Thales - por equipamentos fabricados pela americana Goodrich. Na época da troca, a Thales não quis se manifestar.

Fonte: Terra
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