PF-SP se une a agentes reguladores em ato de greve em Cumbica
- Ricardo Santos
- Direto de Guarulhos
Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal em São Paulo se uniram na tarde desta terça-feira a membros do Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) em um ato de greve no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. Tanto os integrantes da PF, que decretaram greve hoje, quanto os agentes reguladores, paralisados desde 16 de julho, pleiteiam reajustes na estrutura de carreira e nos salários, e acusam o governo federal de negligenciar o diálogo com as categorias.
Uniformizados ou com coletes de greve, mas sempre fazendo barulho com apitos, buzinas e gritando palavras de ordem em alto-falantes, o grupo de aproximadamente 100 pessoas caminhou do terminal de carga até o terminal 1 do aeroporto de Guarulhos. Ali, os grevistas passaram pelo meio das lojas e dos passageiros, cobrando diálogo com o governo federal.
"Nós fomos convidados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a participar desse movimento hoje e nós achamos de extrema importância para mostrar ao governo a insatisfação geral do serviço público", afirmou Alexandre Santana Sally, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis Federais do Departamento de Polícia Federal no Estado de São Paulo (Sindpolf-SP). "Não é uma coisa localizada, não é só a Polícia Federal ou só a Receita, é a imensa maioria dos servidores federais que está insatisfeita com a linha adotada pelo governo de intolerância, de não negociação", criticou.
Hoje pela manhã, os agentes da PF entregaram suas armas e distintivos na sede da Superintendência Regional, na zona oeste da capital paulista, para iniciar a greve e indicar que o movimento é desarmado. A paralisação ocorre no Distrito Federal e mais 25 Estados do País - os policiais do Rio de Janeiro fariam uma assembleia pela tarde para decidir sua adesão ao movimento. Os servidores pedem a reestruturação da carreira dos agentes, escrivães e papiloscopistas, melhoria salarial e concursos para os cargos do plano especial de cargos (PEC). A categoria reivindica reestruturação salarial e da carreira dos agentes, escrivães e papiloscopistas. O salário inicial desses três cargos é R$ 7,5 mil, o equivalente a 56,2% da remuneração dos delegados, cujo vencimento de início de carreira é R$ 13,4 mil.
"As atividades de agentes, escrivães e papiloscopistas são consideradas como se exigissem nível médio. Não queremos que nossa tabela seja exatamente igual à dos delegados, mas nós queremos uma tabela de nível superior", afirmou Marcos Wink, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). "Isso pode ser em alguns anos, para minimizar o impacto. Mas antes da questão salarial, o mais importante é criar esse reconhecimento expresso das nossas atribuições. Queremos uma lei que discrimine nossas funções, porque não há."
Segundo Alexandre Santana Sally, presidente do Sindpolf-SP, o efetivo mínimo de 30% exigido por lei seria mantido na greve, mas serviços como emissão de passaportes, fiscalização de empresas de segurança e escolta de presos seriam prejudicados. "Nossa intenção não é prejudicar, mas vão ocorrer transtornos", afirmou ele. Na sexta-feira, uma nova assembleia se reuniria para decidir os rumos do movimento. "Se o governo marcar um encontro que sugira um encaminhamento da questão, nós encerramos a greve. Nosso objetivo é resolver o nosso problema", disse o presidente da Fenapef.
Em fronteiras, portos e aeroportos, os grevistas devem acordar em fazer operações-padrão em horários específicos. No aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, a paralisação parcial seria diária, segundo Marcos Wink, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). Já no aeroporto de Guarulhos, na Grande SP, a operação-padrão ocorreria a partir das 16h30 de quinta-feira.
-vbk6fubxoyg3.png)
-rl7vui6xjvw3.jpg)
