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Paulinho da Força confirma convocação de greve geral em 11 de julho

26 jun 2013 - 12h27
(atualizado às 12h33)
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Cético com a reunião que a presidente Dilma Rousseff convocou para reunir centrais sindicais, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que é presidente da Força Sindical, diz que está mantida a greve geral no País marcada para o dia 11 de julho. Paulinho da Força, como é conhecido, afirmou que ainda serão definidas quais categorias vão cruzas os braços e quais farão manifestações, mas a intenção é parar a indústria e o setor de transportes.

"Como estamos acreditando que será apenas mais uma reunião, mais para jogar para a plateia do que para resolver os problemas, nós marcamos ontem um dia nacional de luta, que está incluído greve e manifestações. Então, esse dia permanece e nós vamos mobilizar os trabalhadores para uma grande paralisação no Brasil", afirmou, pouco antes do encontro com a presidente.

Paulinho da Força acredita que, pelo histórico dos últimas reuniões de Dilma com diferentes categorias para responder à onda de protestos, as reivindicações dos trabalhadores não terão uma resposta concreta nesta quarta-feira. "Pelo que a gente tem visto da presidente, ela está jogando muito para a plateia ou tentando dividir a culpa. Então, de ação concreta mesmo não teve nada até agora. Não vai ser a nossa (questão) que vai ser resolvida", disse.

"Como a gente acha que ela não vai atender (à demanda), estamos nos preparando para fazer uma grande paralisação no Brasil no dia 11 de julho", afirmou.

Para hoje, estão previstas manifestações em pelo menos 13 capitais. Em Brasília, a Polícia Militar trabalha com a expectativa de 40 mil manifestantes ocupando a Esplanada dos Ministérios. As chamadas "vozes das ruas" já conseguiram promessa de cinco pactos por parte do Executivo, derrubar a proposta de alteração da Constituição que limitava o poder de investigação do Ministério Público (MP), a PEC 37.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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