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Parlamentares entregam documentos à Comissão da Verdade

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Thais LeitãoRepórter da Agência BrasilBrasília - Integrantes da Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça entregaram hoje (5) a representantes da Comissão Nacional da Verdade, que apura violações de direitos humanos praticadas por agentes públicos no período da ditadura militar, documentos que podem ajudar a elucidar acontecimentos da época. O acervo, com 27 itens, é composto por relatórios de audiências públicas, de seminários e de reuniões sobre o tema, depoimentos de colaboradores da repressão, entre outros.A deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), que preside a comissão parlamentar, instalada em março deste ano, explicou que o objetivo é somar esforços e ajudar o país a conquistar a ''reconciliação nacional''.''Acumulamos muitos dados com as iniciativas da comissão e eles podem ajudar a resgatar elementos e informações importantes. Queremos chegar à um relatório mais completo possível e criar condições políticas para que os comprovadamente responsáveis pelos crimes sejam punidos'', disse, após assinatura do termo de cooperação que formalizou a entrega dos documentos.Ela enfatizou que os opositores do regime ''foram presos, sofreram tortura e, portanto, já pagaram sua conta por eventuais ações que tenham afrontado a lei, mas no caso do Estado brasileiro, atores que cometeram os crimes ainda estão impunes e isso precisa ser passado a limpo''.Luiza Erundina também lembrou que a Câmara dos Deputados teve as atividades interrompidas durante o período ditatorial. Em 1968, o Ato Institucional nº 5 (AI-5), o mais rígido dos decretos editados pelos militares, resultou no fechamento do Congresso Nacional por prazo indeterminado. Além disso, parlamentares foram cassados, manifestantes foram presos e torturados, trabalhadores e estudantes foram perseguidos.O coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Claudio Fonteles, destacou a importância da colaboração de diversas instituições para o resgate histórico ''que não pode ser um trabalho solitário e individualista''. A comissão também firmou parceria em moldes semelhantes com a Comissão de Anistia, subordinada ao Ministério da Justiça, a Comissão da Verdade da Universidade de Brasília (UnB) e a Comissão Especial da Verdade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).''Esses documentos vão nos trazer algo concreto que vai se somar a toda a nossa pesquisa para que possamos entregar à sociedade brasileira um relatório circunstanciado sobre o acontecido no país durante aquele período'', disse Fonteles, acrescentando que o papel da comissão é contribuir para que ''nunca mais permitamos que voltem a ocorrer soluções de arbítrio, tortura e assassinato em nosso ordenamento político''.A Comissão da Verdade terá que produzir um relatório, com base em todas as informações coletadas e nos documentos analisados, até maio de 2014.Edição: Carolina Pimentel

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