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Paraguai: novo presidente do Supremo defende colonos brasileiros

7 fev 2012 - 14h38
(atualizado em 8/2/2012 às 01h23)
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O plenário da Suprema Corte de Justiça do Paraguai elegeu nessa terça-feira seu novo presidente, Víctor Núñez, que criticou o descumprimento de uma ordem de despejo de camponeses de propriedades que pertencem a colonos brasileiros numa zona conflituosa no leste do país.

Núñez foi nomeado em substituição a Luis María Benítez para um mandato de um ano. Em declarações a uma rádio local, o magistrado questionou o não cumprimento da execução de uma ordem de despejo dos camponeses sem-terra que desde setembro de 2011 estão em frente às fazendas de produtores brasileiros de soja em Ñacunday, na província de Alto Paraná, a 400 km ao leste de Assunção.

A tensão nessa região, que faz fronteira com o Paraná, agravou-se em meados de janeiro por causa dos rumores de invasões de terras por parte dos camponeses ("carperos"), que reivindicam para reforma agrária terras ocupadas pelos brasileiros que foram para o Paraguai, os "brasiguaios". Núñez classificou de "lamentável que num estado de direito não se possa cumprir uma ordem judicial".

Um representante dos "carperos", Federico Ayala, disse à que os camponeses não invadiram propriedades dos "brasiguaios" em Ñacunday. Segundo Ayala, oito mil camponeses que estão na região começaram nesta segunda-feira a se dirigir a terras pertencentes à companhia elétrica estatal e vão permanecer no local até receberem uma resposta do governo às suas demandas. O representante dos "carperos" disse que em oito dias os camponeses decidirão se vão recorrer à invasão de terras.

Ontem, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, advertiu que as forças de segurança utilizariam "todos os meios disponíveis" para evitar a violência entre "carperos" e "brasiguaios" de Ñacunday. Lugo afirmou ainda que o Executivo irá esperar a decisão da Justiça para realizar alguma ação no local.

EFE   
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