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Para governo, denúncia de espionagem é ‘episódio superado’

4 jul 2015 - 19h41
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O gabinete da Presidência da República informou que a presidente Dilma Rousseff considera as denúncias de espionagem a autoridades brasileiras pelo governo dos Estados Unidos um "episódio superado".

Dilma Rousseff finalmente visitou os EUA e se reuniu com Barack Obama em Washington na semana passada
Dilma Rousseff finalmente visitou os EUA e se reuniu com Barack Obama em Washington na semana passada
Foto: Getty

"A respeito das notícias veiculadas pela revista e pelo portal G1 sobre escutas realizadas clandestinamente pelo governo dos Estados Unidos contra a presidenta Dilma Rousseff e outras autoridades do governo brasileiro, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República informa que a presidenta considera o episódio superado", infomou a declaração divulgada na tarde deste sábado.

Nesta semana a presidente Dilma Rousseff visitou os Estados Unidos em um evento que foi saudado por ambos os países como uma retomada nas relações bilaterais.

Depois de um período de esfriamento, provocado justamente por revelações de que, em 2013, Dilma foi alvo de espionagem americana, a viagem marcou um novo capítulo no relacionamento entre as duas nações.

"Em várias circunstâncias, a presidenta Dilma Rousseff ouviu do presidente Barack Obama o compromisso de que não haveria mais escutas sobre o Governo e empresas brasileiras, uma vez que os EUA respeitam os 'países amigos'", informou a declaração.

"A presidenta Dilma reitera que confia no presidente Obama e no compromisso por ele assumido. Os EUA e o Brasil tornarão cada vez mais forte a sua parceria estratégica, que está baseada no respeito mútuo e no desenvolvimento de seus povos", disse por fim o gabinete da Presidência da República na declaração.

Neste sábado a mídia brasileira divulgou que o site Wikileaks disse que há provas de que várias autoridades do governo, incluindo Dilma, foram espionadas rotineiramente pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, a NSA.

O Wikileaks publicou uma lista de 29 números de telefone de autoridades de setores como o bancário, financeiro e econômico e, segundo o site, a espionagem aparentemente começou no início de 2011, ou talvez até mais cedo.

Assange

Durante a visita da semana passada, Dilma já tinha declarado que a questão da espionagem tinha ficado no passado.

"Algumas coisas mudaram... acredito no presidente Obama", afirmou Dilma quando questionada sobre as garantias do governo americano de que a espionagem tinha parado.

Mas o editor-chefe do Wikileaks, Julian Assange, disse que as práticas de espionagem do governo americano não foram suspensas.

"Se a presidente Rousseff quer ver mais invesmentos dos EUA no Brasil depois de sua recente visita, como ela alega, como ela pode garantir às companhias brasileiras de que suas colegas americanas não terão uma vantagem fornecida por esta vigilância. Até que ponto ela pode realmente garantir que a espionagem parou - não apenas sobre ela, mas em todas as questões brasileiras", escreveu Assange em um comunicado divulgado neste sábado.

Assange está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012.

Ele tenta evitar a extradição para a Suécia, onde enfrenta acusações de crimes sexuais contra duas mulheres. Ele nega as acusações e afirma que são acusações políticas.

E, no final de junho, o Wikileaks já tinha publicado revelações sugerindo que os Estados Unidos tinham espionado presidentes franceses.

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